Repórter Nordeste

Eduardo Tavares deixa PSDB, busca vaga a federal, apoia Renan Filho e Alfredo Gaspar

O prefeito de Traipu, Eduardo Tavares, deixa o PSDB no dia 30 de março, vai apoiar o governador Renan Filho (PMDB) na disputa pela reeleição e “tem 60% de chances” de renunciar à Prefeitura de Traipu até 7 de abril.

Para qual partido deve migrar? PSL ou Podemos. Objetivo? Disputar uma vaga a deputado federal.

ET, como é chamado pelos mais próximos, conversou com o blog. Disse que sai do PSDB “porque o ninho tucano não está sendo acolhedor para mim”.

A queixa: o ex-governador Teotonio Vilela Filho não avisou ao partido que deixaria a presidência estadual do PSDB. E também não consultou antes o partido sobre sua desistência ao Senado.

“A saída do Téo [da disputa ao Senado] me libertou. Eu me sinto livre para buscar outra agremiação”, explicou.

ET foi chefe do Ministério Público. Depois, virou secretário de Defesa Social no Governo Téo Vilela. Então, foi chamado por ele a disputar o Governo em 2014, mas desistiu 24 dias após a escolha de seu nome, via convenção tucana.

A seguir, virou candidato a prefeito em Traipu, sua terra natal. Foi a primeira experiência política. Ganhou a eleição em uma das cidades mais pobres de Alagoas e com um impressionante histórico de corrupção. O ex-prefeito, Marcos Santos, havia sido preso 5 vezes pela Polícia Federal- número recorde no país.

“Traipu hoje tem as contas saneadas. Nossas obras são levadas adiante com recursos próprios. Acabou a corrupção. Considero minha missão cumprida”, disse.

Houve convite de Renan Filho para a vaga de vice? “Dificílimo este convite e eu ficaria numa situação delicada porque estou deixando o PSDB e meu lugar é mais em partido de centro esquerda. Admiro o jeito dele governar. Pouca idade e muita disposição. O momento não é propício [para a vaga de vice]. Minha carreira tem de ser solo”.

Colocando de lado esta situação do pai dele e o quadro nacional, a gestão de Renan Filho é promissora. Ela se comunica bem com o povo, apesar dele não ter colocado uma palha em Traipu.

Entre Renan Filho e Rui Palmeira, em quem vai votar? “Se não existir uma terceira via, com certeza apoio Renan. Colocando de lado esta situação do pai dele e o quadro nacional, a gestão de Renan Filho é promissora. Ela se comunica bem com o povo, apesar dele não ter colocado uma palha em Traipu. Gosto muito do Rui, mas é um paradoxo. Não me sinto à vontade. O ninho tucano não está sendo acolhedor para mim”.

Gosto muito do Rui, mas é um paradoxo. Não me sinto à vontade. O ninho tucano não está sendo acolhedor para mim

Sobre sair da Prefeitura de Traipu e ser candidato. Sua decisão depende de quê? “Vou consultar o Sérgio Jucá [procurador Geral de Justiça substituto] e o Alfredo [Gaspar, procurador-Geral de Justiça]. O Sérgio é amigo e, principalmente, meu conselheiro. O Alfredo é meu amigo”.

Alfredo está com disposição de disputar as eleições em 2018? “Sim. A princípio é candidato ao Senado. O povo de Alagoas quer gente de credibilidade”

A princípio, Alfredo é candidato ao Senado. O povo de Alagoas quer gente de credibilidade

Você foi secretário de Defesa Social no Governo Téo Vilela. O que acha da intervenção na área da segurança pública no Rio? “Não vejo que o papel do Exército seja a guerrilha urbana. O Exército tem de vigiar as fronteiras. Isso vai dar sensação falsa de segurança ao Rio. É uma medida paliativa que não resolve. Exército não é para trocar tiro com bandido. Acho que o Brasil tem de criar uma política de segurança pública. Talvez tenha agora com o Ministério da Segurança Pública. O Governo pratica uma pataquada. Sou contra”.

Em quem vai votar para a Presidência da República? “Nenhum candidato presta. Para mim o Geraldo Alckmin [governador de São Paulo] já passou. Ele é mais do mesmo. Não votarei nulo ou branco. Escolheria o menos ruim. O candidato dos meus sonhos não apareceu. Os homens de bem se afastaram da política. Ciro Gomes [ex-governador do Ceará, ex-ministro] é preparado, mas o temperamento dele é receoso. Hoje, o papel mais importante é o da honestidade. Honestidade é o ponto primordial. O futuro ainda não apareceu”.

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