Editor é preso por publicar lista de gregos ricos com contas na Suíça

AFP

A polícia grega prendeu o editor de uma revista semanal local que publicou uma lista com mais de dois mil nomes de gregos ricos que depositaram dinheiro em bancos suíços da rede HSBC, informaram os agentes neste domingo (28).

A chamada “Lista Lagarde”, entregue aos gregos por autoridades francesas em 2010 com nomes a serem investigados por possível sonegação de impostos, tem sido tema de uma acalorada polêmica na mídia grega.

A lista recebeu o nome de Christine Lagarde, atual diretora-gerente do FMI, que era ministra das Finanças da França quando os nomes foram entregues às autoridades da Grécia.

A revista “Hot Doc” publicou a lista de 2.059 nomes, incluindo algumas figuras políticas e empresários conhecidos, no sábado. A revista disse que a lista havia sido enviada anonimamente à redação.

Autoridades não confirmaram se a lista é verdadeira.

Faltam provas

Um promotor ordenou a prisão do editor Costas Vaxevanis, no sábado (27), por violar as leis sobre divulgação de informações particulares. Vaxevanis foi detido neste domingo, informou a polícia. Ele foi liberado até a realização de um julgamento que deve ocorrer na segunda-feira, depois de se apresentar a um promotor público. Ele é acusado de violar leis sobre dados pessoais.

“Ele publicou uma lista de nomes, sem permissão especial, e violou a lei sobre informações pessoais”, disse uma autoridade policial.

“Não há evidências de que as pessoas ou empresas incluídas na lista violaram a lei. Não há nenhuma evidência de que eles violaram a lei de evasão fiscal ou lavagem de dinheiro”, acrescentou.

A lista causou discussões acaloradas na quase falida Grécia, onde a revolta do povo contra políticos e autoridades cresce na proporção em que medidas de austeridade atingem as camadas mais pobres da sociedade.

Informações foram roubadas

Segundo o banco britânico HSBC, as informações sobre cerca de 24 mil clientes com contas suíças foram roubadas em 2010, expondo muitos clientes internacionais a uma potencial fiscalização pelas autoridades financeiras de seus países de origem.

O banco disse ainda que um ex-funcionário de TI obteve a lista, sigilosa até então — ele foi identificado por autoridades francesas.

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