Repórter Nordeste

E se fôssemos imortais?

A capacidade de viver para sempre é uma das maiores cobiças dos seres humanos. Mas será possível alcançarmos tal façanha?

Cientistas afirmam que no futuro será possível criar órgãos artificiais e injetar nano-robôs na corrente sanguínea, capazes de deter deficiências do corpo, como, por exemplo, células cancerígenas. Acreditam que o avanço tecnológico poderá nos tornar imortais.

Há pouco tempo atrás, acreditava-se que era biologicamente impossível a existência de um ser vivo que não morre. Mas esse conceito mudou.

Em meados da década de 80, foram descobertas espécies de águas vivas que são imortais.

De maneira geral esses animais passam por dois estágios: a fase de pólipo, onde ainda é imaturo e a fase medusa, onde já estão sexualmente maduros, se reproduzem e morrem.

Mas diferente das outras espécies de águas vivas, a Turritopsis nutricula e a Turritopsis dohrnii, após a reprodução ou quando em situações adversas, ao invés de morrerem, rejuvenescem, driblando a velhice e a morte.

Elas sofrem um tipo de metamorfose invertida, regressando a fase de pólipo. As Turritopsis passam por um processo chamado transdiferenciação, que consiste basicamente em transformar uma célula em outra.

Elas dobram-se sobre si mesmas, absorvendo seus tentáculos, transformando-se num bulbo gelatinoso. Em seguida, criam uma capsula em volta do bulbo e dessa cápsula surgem novos pólipos, que darão continuidade ao ciclo indefinidamente.

Pesquisadores buscam compreender profundamente como ocorre esse fenômeno. Muitos acreditam que o segredo da imortalidade se encontra nesses animais.

Mas, apesar dessas águas vivas serem biologicamente imortais, não estão isentas da morte, podem ser predadas, envenenadas ou morrer por fome. Se essas criaturas fossem totalmente livres da morte causariam um grande desequilíbrio no ecossistema.

Ainda assim, estudiosos afirmam que a espécie Turritopsis nutricula está invadindo águas do mundo todo, por terem a capacidade de modelar seu corpo de acordo com o clima de cada região, variando de oito a mais de 24 tentáculos.

Outro animal que desperta a curiosidade da ciência, pela sua extraordinária capacidade de se regenerar, é a salamandra. Cientistas afirmam que uma de suas enzimas pode ajudar na regeneração de órgãos e tecidos.

A questão de levar a imortalidade ao ser humano: diferente das águas-vivas, os homens destroem os próprios recursos naturais, a fome se alastra em um mundo cuja riqueza é infinitamente maior que há 100 anos e partes do planeta estão superpovoadas.

Se fôssemos imortais, será que a Terra suportaria?

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