Drogas, pai de santo, prostituição. Veja nova versão para assassinato de Bárbara Regina

A nova versão apresentada pela Polícia Civil para o assassinado da estudante de Contabilidade Bárbara Regina é completamente diferente do inquérito entregue, pela PC, à Justiça, no ano passado. Desmonta até o perfil psicológico de Bárbara, baseado em testemunhas e amigos da estudante.

A nova versão é apresentada dois dias após críticas da desembargadora do Tribunal de Justiça, Elisabeth Carvalho do Nascimento, que pediu a demissão do secretário de Defesa Social, coronel Dário César, por não esclarecer casos de pessoas desaparecidas em Alagoas. Entre eles, citou Bárbara Regina.

Veja os novos pontos levantados pela PC:

– Bárbara era garota de programa. E trabalhava para Vanessa Ingrid. Os programas sexuais de Bárbara custavam R$ 250. R$ 200 eram para Vanessa; R$ 50 para Bárbara;

– Vanessa Ingrid está presa acusada de matar Franciellen da Rocha, de 18 anos. Ela foi torturada e queimada viva, grávida de dois meses, com gasolina, no bairro de Serraria. Na nova versão, Vanessa é, também, integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC);

– Bárbara era viciada em cocaína e estava bêbada no dia do desaparecimento. Na versão original, Bárbara não era viciada em drogas nem havia bebido no do desaparecimento, conforme testemunhas. Bárbara devia R$ 1.800 a Vanessa;

– No inquérito original, Vanessa sequer aparece na trama para matar Bárbara;

– Bárbara foi morta por Otávio Cardoso porque ele foi contratado por Vanessa. A estudante tinha dívidas com Vanessa. Bárbara não pagava pelos serviços sexuais e ainda pegava dinheiro emprestado. Cinquenta garotas trabalhavam com Vanessa, na prostituição;

– Otávio recebeu 50 gramas de cocaína para matar Bárbara. Isso equivale a R$ 1.000. A droga era conseguida por Vanessa, que em Alagoas trabalhava para o PCC;

– Após sair da boate Le Hotel, Bárbara foi assassinada e teve o corpo levado a um cemitério particular, que pertence à família Oiticica (no município de Messias). Os criminosos temiam que, com a repercussão do caso, a polícia procurasse o corpo da estudante no cemitério. Decidiriam esquartejar a estudante, tocar fogo e jogar os restos mortais na região da Mata do Rolo, em Rio Largo;

– Um pai de santo, chamado Neuberth, foi acionado por Vanessa. Ele tinha que “autorizar” o crime. Na versão da PC- apurada com Tiago Handerson de Oliveira, primo dela e indiciado no crime- o pai de santo disse que Vanessa podia matar Bárbara porque “o crime não daria em nada”;

– O pai de santo recebeu pela “consulta” um bode e um “mijo de loura” que é cerveja;

– Bárbara- através dos trabalhos sexuais- tinha contatos com empresários- um deles se chama Luciano- além de políticos.

Veja versão apurada pela polícia, antes deste novo depoimento

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