Do murro no repórter à bala: Alagoas envergonha

Por mais cômico que tenha parecido a demonstração violenta de intolerância, protagonizada nacionalmente pelo deputado Olavo Calheiros, é apenas uma pontinha do nosso iceberg.
A violência como reação é uma característica aguda de quem ocupa os tronos provisórios estendidos pelos recantos alagoanos.
Não suportam o questionamento, como se não tivessem compromisso algum em justificar socialmente os feitos e os não feitos da lide pública.
Geralmente vinculados aos vícios do mando, desenvolvem personalidade caprichosa, regada à bajulações e assessorias “espontâneas” de devedores de favores.
Essa é a mesma raíz da qual brotam as perseguições mais vis; indo desde o pedido de desemprego ao boicote à empregabilidade, daqueles que denunciam, questionam, cobram, exigem justificativas públicas.
Contudo, esse mal não responde sozinho pelos danos sociais que causa.
As instituições omissas dividem as responsabilidades e culpas.
Alagoas sabe quem mata, quem encomenda morte, quem execra o cidadão. Alagoas compartilha criminosamente dessa violência.
Um murro desferido na face de um repórter é fichinha diante das balas certeiras que têm ceifado sonhos indiscriminadamente, em todas as idades e condições sociais, por ter desagradado alguém que se julga inatingível.
Pensemos nisso.