A divisão do país e o empobrecimento no fazer político são as apostas de Jair Bolsonaro para continuar “vivo” na Presidência da República.
Seus discursos e lives são direcionados para os seguidores nas redes sociais, não importa que ele seja o presidente mais mal avaliado desde a redemocratização, conforme mostra o Datafolha.
O presidente também não conta com uma oposição mais orgânica. Seus impasses estão dentro de casa: ministros, PSL, fabricação de teorias conspiratórias diante da absoluta falta de plano de Governo.
As fotos com os governadores bolsonaristas rareiam; o de São Paulo, João Dória, amenizou o discurso belicista porque a estratégia funciona em parte com Bolsonaro.
Além de se desprender do “mito”.
O do Maranhão, Flávio Dino, ganhou mais popularidade após o episódio dos “paraíba” e o discurso dos governadores da chamada Amazônia Legal, em torno de soluções para as queimadas na floresta.
Para ajudar Bolsonaro, a Fiesp foi a campo atraindo os grandes empresários no mundo para mostrar que a Amazônia e o atual presidente vivem relação de amor e ternura.
Para que os ecos cheguem à Europa, Ásia, EUA…
Os embates – imaginários ou não-revelam, por exemplo, que a Polícia Federal está acovardada sob Bolsonaro. Mudanças da PF no Rio, onde a relação da família Bolsonaro com as milícias segue pouco esclarecida; alterações no COAF, órgão federal que segue o rastro do dinheiro, e na Receita Federal.
Bolsonaro é pressionado mas… e daí?
As redes sociais encarnaram o mundo real. Delas só não escorrem o sangue e a lágrima.
A imprevisibilidade de Bolsonaro serve para tornar a política um jogo mais pobre e manjado. Comunistas e vigaristas se alinham quase na mesma prioridade de destruição e exaltação; a espécie humana sofistica o cinismo, a incredulidade.
Mas os negócios continuam, a Previdência do Paulo Guedes ainda não foi votada, as panelas começam a deixar os armários e o desemprego continua desemprego não fake news.
A farsa ainda faz rolar os dados…