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Divaldo critica Papa Francisco por aborto na Argentina

Foto: Riccardo Antimiani/EFE

A temática mais sensível para nós espíritas ainda tem sido o abortamento, mesmo em tempos de genocídio!

Parece justificável que abracemos com ferocidade religiosa a defesa dos fetos e silenciemos sobre a morte anunciada de milhares de brasileiros por coronavírus?

Eis que Divaldo Franco mais uma vez esparge o moralismo que alimenta seu público fanático e desafia até o Papa Francisco, em retórica condenatória da legalização e gratuidade do aborto na Argentina; enquanto em paralelo investe na divulgação de questionáveis psicografias que responsabilizam as forças cósmicas pela pandemia punitiva – discurso que isenta o presidente do Brasil das suas responsabilidades políticas e sanitárias em defesa da vida já nascida.

Paremos irmãos espíritas! Reflitamos sobre esta sanha condenatória sobre as mulheres que abortam! Já imaginaram se agíssemos com igual ímpeto com políticos que miserabilizam a vida dos vulneráveis, tripudiam sobre as vítimas de uma pandemia, nos negando o direito à vacina gratuita?!

Não fazemos apologia ao aborto, mas sabemos que criminalizar mulheres tem sido o pior recurso, pois estas se tornam vítimas das práticas clandestinas e se tornaram questão de saúde pública.

Outra vertente de análise importante é o domínio do discurso religioso sobre uma questão política, social, que há muito clama para ser debatida à exaustão e continua sendo rechaçada pelo fomento da culpa, perseguição, condenação da mulher.

As mulheres não são objetos da religião.

Suas problemáticas existenciais merecem o crédito pelo qual batalham. Inclusive saber ouvir as mulheres tem se tornado imperativo para que uma sociedade seja de fato democrática!

Como livre pensadora espírita e liberta da representação que Divaldo Franco arrasta, reafirmo solidariedade às mulheres vitimadas pela prática clandestina do aborto e me declaro contra a criminalização da mulher que aborta. Nesta linha de defesa da vida também fora do útero, denunciamos o genocídio promovido pelo presidente do Brasil por omissão e ausência de virtudes públicas e humanitárias a maior vergonha para a história deste tempo, quando lideranças ortodoxas continuam apoiando este político, ainda que seja com o silêncio ou com a mistificação de responsabilidades sociais e históricas.

Criticar o Papa Francisco pode ser um sinal de que Divaldo Franco já não dá conta do que fala. Leia o texto publicado pela Mansão do Caminho aqui

 

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