Dilma em Alagoas: BR 316 é desbloqueada; carros da imprensa são atingidos por paus e pedras

A BR 316 em Alagoas foi desbloqueada por policiais militares e o Batalhão de Operações Especiais (Bope). A rodovia federal havia sido bloqueada por trabalhadores rurais sem terra de Movimento de Libertação dos Sem-Terra (MLST), Movimento Terra Trabalho e Liberdade (MTL) e Movimento dos Sem Terra (MST).

Diversas autoridades estavam impedidas de passar para a inauguração da fábrica da Braskem pela presidente Dilma Rousseff, que está no local. A inauguração será na cidade de Marechal Deodoro.

O desbloqueio teve momentos de tensão. Carros da imprensa foram atingidos por paus e pedras pelos sem terra, logo depois que a polícia jogou bombas de efeito moral. O presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Sebastião Costa, desceu o carro e tomou um pedaço de pau que estava na mão de um trabalhador rural. Ele batia no carro do presidente.

Um carro da imprensa do Primeira Edição e do O Jornal foram atingidos. Um carro da Secretaria de Planejamento também foi atingido.

Os seguranças das autoridades estiveram com armas em punho.

“A determinação é que ficássemos a 300 metros, atiraram na gente. O Governo tem que aceitar as pressões e os conflitos, é uma democracia”, disse o coordenador da Comissão Pastoral da Terra (CPT).

“Isso é terrível.  São protestos de nada sobre nada. Cabe ao Governo acionar os órgãos de segurança para desobstruir a estrada. É desrespeito, tem que desobstruir mesmo. Isso é falta de respeito do direito de ir e vir”, disse o senador Benedito de Lira (PP).

“Há muita parcimônia em relação aos sem terra, queimam pneus na estrada. A Constituição só existe para eles”, desabafou. Entre as autoridades “presas” no bloqueio, além de Benedito, o senador Renan Calheiros (PMDB), o secretário do Gabinete Civil, Álvaro Machado, e os desembargadores  Sebastião Costa e Nelma Padilha.

“Estamos tentando ao menos ter o respeito às autoridades constituídas. Não estamos eliminando os direitos dos sem terra, mas a liberdade está sendo cerceada. Nem a Dilma, que é líder maior do PT, quer a aproximação deles” , disse Nelma Padilha.

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