Dilma diz que ‘grande preocupação’ do governo é com desemprego

G1

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira (15), em um café da manhã no Palácio do Planalto com jornalistas de sites, agências de notícias estrangeiras e revistas, que, atualmente, todo o esforço do governo federal está voltado para impedir que o índice de desemprego se eleve ainda mais no país. Em sua segunda entrevista coletiva do ano, a petista ressaltou que essa é sua “grande preocupação”.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta sexta-feira que a taxa de desemprego ficou em 9% no trimestre encerrado em outubro de 2015. Essa foi a maior taxa da série histórica, iniciada em 2012.

No trimestre encerrado em julho, a taxa havia atingido 8,6% e, no período de agosto a outubro de 2014, chegou a 6,6%.

“Todo o esforço do governo é para impedir que tenhamos o nível [de desemprego] elevado. É a minha grande preocupação, é o que eu e meu governo olhamos todos os dias. […] A grande preocupação do governo é com a questão [do desemprego]”, destacou Dilma aos jornalistas.

Segundo o IBGE, no trimestre encerrado em outubro, a população desocupada chegou a 9,1 milhões de pessoas. Isso representa um aumento de 5,3% em relação ao trimestre de maio a julho e de 38,3% em comparação com o mesmo período de 2014.

Reflexo da deterioração do mercado de trabalho no período, o número de empregados com carteira assinada recuou 1%, na comparação com o trimestre anterior (encerrado em julho), e 3,2%, em relação ao mesmo período do ano anterior.

Processo de impeachment
Ao comentar o processo de impeachment em curso no Congresso Nacional, Dilma Rousseff afirmou que não se tira um presidente do cargo por não simpatizar ou não gostar dele. A petista voltou a acusar parte da oposição de estar tentando promover um “golpe” no país.

A chefe do Executivo se tornou alvo de um processo de impeachment em dezembro, quando o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), autorizou a abertura do procedimento de afastamento com base no pedido dos juristas Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior.

“A questão mais importante para o país é a reforma da Previdência. Mas isso não quer dizer que as tentativas golpistas de parte da oposição não sejam importantes também. Afinal, isso é uma questão que significa estabilidade política. Não se pode achar que se tira um presidente porque não se simpatiza com ele ou achar que se tira um presidente porque não gosta dele”, queixou-se Dilma.

Reforma da Previdência
A exemplo do que havia defendido na semana passada – em outro café da manhã com jornalistas –, a presidente da República se manifestou mais uma vez nesta sexta-feira a favor de uma reforma “gradual” da Previdência Social. No entanto, ela ressaltou novamente que a eventual mudança nas regras previdenciárias não irá mexer em direitos adquiridos.

Dilma não explicou qual modelo de Previdência Social que ela considera mais adequado. Porém, advertiu que o fator previdenciário móvel pode ser incluído na reforma.

“A reforma da Previdência tem de ser compreendida técnica e politicamente. Essa não é uma questão desse ou daquele governo e sequer pode ser politizada. Têm vários caminhos para o consenso. E um deles é o do fator previdenciário móvel, que pode ser incorporado à reforma”, enfatizou.

Manifestações de rua
A presidente também foi questionada pelos repórteres sobre as manifestações de rua, em especial as realizadas nos últimos dias em São Paulo, nas quais têm ocorrido confronto entre manifestantes e policiais.

Para Dilma, o país aprendeu a conviver com as manifestações e aprendeu a respeitá-las.

“Acho que, no nosso caso, conquistamos a democracia, e ela tem de ser cuidada e suas regras respeitadas. […] As manifestações, nós aprendemos a conviver e a respeitá-las. Acho que tratar das questões da democracia, as manifestações são uma prática normal”, analisou.

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