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Diabético e atendimento especializado no Enem

Foi preciso que alguém perdesse para outros conquistarem direitos e recursos que garantem o usufruto de direitos, pois graças ao caso do jovem de 17 anos que foi retirado da sala do Enem em 2024, no Rio Grande do Sul, após um alarme emitido pela bomba de insulina, e, que conseguiu ampla repercussão na mídia e redes sociais, a comunidade diabética foi percebida pelos organizadores de editais do processo seletivo unificado.

Mas é preciso ficar atento aos prazos e fazer um preenchimento correto da solicitação de atendimento especializado, pois no caso específico do uso de aparelhos como bombinha, medidores de glicose e sensor, a justificativa precisará ser bem escrita, detalhando as necessidades no sistema de inscrição.

Não bastará informar que é diabético e necessita usar os aparelhos, pois existe um cronograma que prevê pedido, resultado, recurso e resultado do recurso. Ou seja, vai precisar ser autorizado pelo INEP. E quando conseguir autorização, os aparelhos serão vistoriados pela coordenação local.

Nesse caso, é bom seguir o edital e garantir o que já foi conquistado, pois neste plano de lutas o convencimento da sociedade se faz com disciplina de ambos os lados.

Pedido de atendimento especializado: no ato da inscrição, que vai de 26 de maio a 6 de junho.

Resultado: 13 de junho

Recurso: 16 a 20 de junho

Resultado do recurso: 27 de junho

As demandas das pessoas diabéticas, que no Brasil crescem em percentual a cada ano, principalmente DM1, que chega na infância e adolescência mudando toda a forma de viver das famílias e da pessoa que se torna diabética incluindo aparelhos e rotina de aferição de glicose para controle de hiperglicemia e hipoglicemia, que produzem reações orgânicas distintas, mas todas sérias, ainda são ilustres desconhecidas da sociedade em geral.

É comum ouvir relatos sobre o despreparo de escolas e educadores para lidar com as necessidades de alunos com diabetes tipo 1, mas este também é um fator de lutas pela conscientização sobre os direitos desse público, que batalha para ser reconhecido como portador de deficiência e o país ainda não respondeu a esta questão favoravelmente.

O cotidiano das famílias e das crianças e adolescentes é rigoroso, exigente, pede condições de assistência que vão além do comum e suporte contínuo de caráter presencial e econômico.  Conquistar direitos ainda é uma coisa nova para estes brasileiros, que chega de maneira lenta e precisa de visibilidade.

Mudanças no edital do Enem 2025 é um marco importante, ajudando a divulgar a presença de necessidades invisíveis no meio educacional brasileiro.

 

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