Descoberta de fóssil remonta período anterior aos dinossauros no Brasil

Uma equipe de pesquisadores do Laboratório de Paleobiologia do Campus São Gabriel da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) anunciou a descoberta de um fóssil de anfíbio gigante considerado “mais antigo do que os dinossauros”.

Encontrado em uma fazenda na área rural do município de Rosário do Sul, em um sítio arqueológico, o fóssil desafia as compreensões atuais sobre o ecossistema da era da Pangeia ao sugerir uma conexão intrigante entre os animais que habitavam o pampa gaúcho e os da Rússia.

A análise minuciosa dos fósseis revelou que o animal, chamado de Kwatisuchus rosai em homenagem ao seu focinho comprido e ao paleontólogo Átila Stock Da-Rosa, habitou a Terra há cerca de 250 milhões de anos, antes dos dinossauros.

Reconstituição do anfíbio gigante em seu hábitat. Imagem: Divulgação / Márcio Castro

Além de fornecer informações importantes sobre o período Triássico, em que o ecossistema se recuperava de uma extinção massiva, a descoberta sugere que esse animal desempenhou um papel crucial no ecossistema da época e foi uma das espécies dominantes.

Esses anfíbios gigantes, semelhantes em aparência e estilo de vida aos crocodilos, lançam luz sobre a história evolutiva dos anfíbios e sua influência nas espécies modernas, como sapos, salamandras e cobras-cegas.

Estudos adicionais sobre a evolução desses animais indicam que eles tiveram um papel fundamental na origem dos anfíbios que conhecemos hoje.

Felipe Pinheiro, professor da Unipampa e doutor em paleontologia, ressaltou que o fóssil pertence a uma espécie completamente nova do grupo dos anfíbios temnospôndilos. Esses animais possuíam um corpo comprido, passavam a maior parte do tempo na água e tinham um estágio girino, similar aos anfíbios contemporâneos.

*Com informações de SoCientífica

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