É incontestável que os usineiros alagoanos nunca, jamais e em tempo algum souberam, na prática, o significado da palavra crise.
Nem em 1997 quando as finanças de Alagoas foram parar no fundo do poço. A gestão Divaldo Suruagy inventou dívidas de usineiros para abocanhar R$ 301,6 milhões em Letras do Tesouro Estadual, emitidas pelo Banco Central.
Enquanto isso, funcionários públicos amargavam seis meses de salários atrasados.
O tempo passou mas as raposas do açúcar nunca, jamais deixaram de tomar conta da galinha dos ovos de ouro: os cofres públicos.
O deputado Ronaldo Medeiros (PT) apresentou o projeto de lei para que benefícios fiscais concedidos aos usineiros sejam revogados.
“Passados cinco anos da instituição do benefício e a nítida recuperação do setor, faz-se necessário a adequação da carga tributária, até porque, apesar do evidente aumento da produção as expectativas de emprego não atingiram as metas estimadas”, diz Medeiros.
Os deputados não devem aprovar a medida. E se aprovarem o governo vetará.
Mas é uma iniciativa importante: porque há tempos as usinas são sinônimos de miséria para a maioria da população e lucros extraordinários distribuídos a uma minoria minúscula, privilegiada e descontente por pagar salário e ter de assinar carteira quando, nos tempos da escravidão, uma garrafa de pinga e o chicote domavam os homens.
Avançamos pouco.