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Deputado perde comando de comissão que investiga tragédia de Santa Maria

Correio do Povo

Pouco depois de tomar posse como presidente da Comissão de Representação Externa criada pela Assembleia Legislativa gaúcha para acompanhar as investigações sobre as causas do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, o deputado estadual Jorge Pozzobom (PSDB) acabou destituído da função.

Tão logo tomou conhecimento da ligação de Pozzobom com um dos sócios da Kiss, o presidente da Casa, Pedro Westphalen (PP), o substituiu pelo deputado Paulo Odone (PPS). “Entrei em contato com ele (Pozzobom) e juntos acordamos que sua permanência prejudicaria o bom andamento dos trabalhos, que têm que ser céleres e trazer resultados para a sociedade”, disse Westphalen.

Advogado criminalista, Pozzobom defendeu um dos sócios da Kiss, Mauro Hoffmann, em um processo envolvendo a Absinto, uma outra casa noturna de propriedade do empresário, também em Santa Maria. Hoffmann está preso, aguardando o desenrolar das investigações. A informação, que derrubou o tucano, chegou a Westphalen horas depois da posse de Pozzobom. Ontem à noite, o tucano afirmou que só se manifestaria oficialmente em entrevista coletiva marcada para as 14h desta sexta-feira.

Natural de Santa Maria, Pozzobom perdeu um primo e alguns amigos no incêndio da boate Kiss. Da tribuna, era um dos parlamentares que mais apelava para que o episódio fosse apurado com seriedade e responsabilidade. ‘Não podemos fazer desse episódio uma disputa política’, frisava.

Para o deputado Raul Pont (PT), Pozzobom agiu incorretamente ao guardar silêncio sobre a sua relação com um dos envolvidos na tragédia de Santa Maria. “Nesta condição não é bom que o deputado presida. Acho que foi uma atitude correta do presidente Westphalen mexer na comissão”, colocou. Para Pont, o certo seria Pozzobom ter se declarado impedido de assumir o comando da comissão.

A mudança na presidência da comissão pegou de surpresa colegas parlamentares. Valdeci Oliveira (PT), Alexandre Postal (PMDB) e Frederico Antunes preferiram não comentar o caso.

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