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Depoimento: Após análise do meu DNA, descobri que estava com doença de Machado Joseph

Bruno Cardoso- Advogado

Cresci ouvindo que a doença de Machado Joseph “era de mulher” e acreditava nisso.

Comecei a desenvolver alguns sintomas aos 29/30 anos. Senti desequilíbrio e fiquei preocupado.

Procurei logo um conhecido neuro de Alagoas, considerado o melhor do Estado. Não gostei da condução da consulta. Tive a indicação de uma neurologista e viajei a Brasília-DF.

A médica se equivocou no primeiro diagnóstico. Achou que era Miastenia Gravis.

Quando definimos a incidência da ataxia, ela me mandou para o doutor Sérgio Penna, em Belo Horizonte. Lá eu fiz a análise do meu DNA.

O meu diagnóstico clínico saiu em setembro de 2012. Estava com a doença de Machado Joseph.

A partir daí iniciei as minhas leituras e descobri que existia um local na Ásia com pesquisas que aplicavam as células-tronco para pacientes com o meu tipo de patologia.

Sobre os valores, tive a desagradável surpresa ao verificar que ficaria algo em torno de R$ 100.000,00. Fiquei desesperado. Comecei a pensar em alternativas: “e agora?”.

Refleti bastante. Concluí que a única solução seria vender o terreno que eu tinha adquirido para edificar minha futura casa em um condomínio fechado na AL 101-Norte- um terreno lindo, em declive com vista para o lindo mar de Maceió.

Bem, eu tenho de recuperar minha saúde, os bens materiais eu vejo depois. E assim foi.

Vendi, viajei, iniciei o tratamento na China em 2013; em 2015, foi feito na Tailândia, lá é considerado o local mais evoluído para as pesquisas em células-tronco no mundo.

A empresa chinesa responsável, a Beike Biotechnology, já tem contabilizadas mais de 20 mil aplicações em pacientes de todo o mundo.

Fui duas vezes à Ásia para as aplicações de células-tronco. E quero conseguir voltar este ano.

Em cada procedimento são aplicadas 6 injeções: 2 tipo soro e 4 punções lombares na coluna cervical.

Fiquei na China 35 dias; na Tailândia, 25. O ideal é renovar a cada ano, mas pode ser feito de 2 em 2 anos.

Paralelo à campanha para a arrecadação de dinheiro, entrei com processos judiciais. Na última vez, em 2015, fui custeado pelo Governo Federal; agora, após ter a ação suspensa pelo magistrado de 1º grau federal, estou tentando pelo Governo do Estado. Eu mesmo faço as ações. Sou advogado e ninguém melhor do que eu mesmo para isso.

O tratamento não é a cura, mas é uma forma de regredir e estacionar os sintomas. Mas essa campanha não está rendendo os frutos que eu esperava. Precisamos nos engajar um pouco mais, mas vamos conseguir arrecadar o dinheiro e eu vou conseguir viajar de novo para dar continuidade ao tratamento.

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