Uma das quatro denunciadas na tortura, assassinato e ocultação do corpo do jovem Davi da Silva, de 17 anos, a policial Nayara Silva de Andrade é destaque na mais nova propaganda do Governo, na área da segurança pública, veiculada nas TVs.
A imagem de Nayara ocupa dois segundos na peça. Ela está no banco detrás de uma viatura da Rádio Patrulha, com o rosto e o braço esquerdo do lado de fora. É a única policial em que é possível reconhecer pelo rosto.
Diz o texto:
“Uma vida nova começa a aparecer trazendo mais segurança para os alagoanos. Com novas viaturas e equipamentos, 300 policiais (Nayara aparece neste instante na peça) relocados para as ruas e 800 novos policiais convocados, dois novos helicópteros para o grupamento aéreo, laboratório forense e centros integrados de segurança pública. Investir na segurança dos alagoanos. Essa é a nova atitude, de uma nova Alagoas”.
Nayara foi denunciada em 6 de agosto do ano passado. Segundo o Ministério, ela, Eudecir Gomes de Lima, Carlos Eduardo Ferreira dos Santos e Vitor Rafael Martins da Silva abordaram Davi em 25 de agosto de 2014, no Conjunto Cidade Sorriso I, no Benedito Bentes.
Ele foi flagrado com um cigarro de maconha.
Nayara é citada textualmente pelo MP neste trecho:
“[Davi] derrubou a droga e foi repreendido pela policial Nayara, que se sentiu ofendida e perguntou-lhe se achava que ela era uma ‘cachorra’, momento em que Davi fora algemado e posto na mala da viatura, ao passo que ele (a testemunha) era agredido fisicamente pelo indiciado Eudecir, que começara a desferir golpes em suas partes íntimas, enquanto os outros acusados a tudo assistiam, em atitude de apoio, não impedindo a ação violenta”.
Outro lado
A Secretaria de Comunicação informou ao blog que as imagens usadas na peça publicitária são de arquivo.
Admitiu a “delicadeza da situação” e “já interrompeu a divulgação do vídeo, providenciando sua reedição de forma que a mensagem original, cidadã e informativa, seja veiculada de forma correta”.
Veja nota completa:
As imagens de policiais em ação, são obviamente, de arquivo, produzidas em simulação, em vários momentos, com participação de muitos integrantes das corporações.
Não houve intenção de expor ninguém.
A Secom entende a delicadeza da situação e já interrompeu a divulgação do vídeo, providenciando sua reedição de forma que a mensagem original, cidadã e informativa, seja veiculada de forma correta.