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Defensores do Escola Sem Partido mostram os dentes ao quererem censurar Machado de Assis

Os defensores do Escola Sem Partido são apenas uma versão atualizada dos antigos censores moralistas, responsáveis pela elaboração dos conteúdos proibidos para a família e seus rebentos, em nome da moral e dos bons costumes que na Idade Média, fazia gente virar carvão nas fogueiras.

Essa gente não está preocupada com o conteúdo dos livros. E sim as discussões envolvendo política e religião.

No fundo deste baú está o fantasma do comunismo, as obras de Marx etc etc. Caçar comunistas era prioridade dos Estados Unidos nas primeiras décadas do século 20. Também o foi no Brasil. O rito imperialista permitia apenas o cortejo ao capitalismo.

Jorge Amado viu as edições do seu Capitães de Areia serem queimadas em 1938, por ordem do Governo. Aceitar meninos de rua tendo relações homossexuais e morando no improviso era demais!

O coronel Marcos Rocha é governador de Rondônia e aliado de Jair Bolsonaro, como aliás o são os defensores do Escola sem Partido. Sua Secretaria Estadual de Educação fez circular um index de livros proibidos aos alunos. Entre eles, Os Sertões, de Euclides da Cunha e Memórias Póstumas de Brás Cubras, de Machado de Assis, além de O Castelo, de Kafka (ou Kafta, para o ministro da Educação, Abraham Weintraub)

Nem Machado de Assis nem Euclides da Cunha eram comunistas. Mas as suas obras viraram autópsias do Brasil. Os defensores do Escola Sem Partido buscam negar este Brasil real, profundo, até hoje.

Bom nesta história é que o Governo recuou da censura. E o Escola Sem Partido se mostra mais e mais, a cada dia, como a tentativa de implantar a perseguição estatal a vulcões de ideias. O discurso democrático deles é fajuto. E a indignação é seletiva.

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