Decisão-relâmpago de juiz sobre dossiê antifascismo nem ouviu acusação

A decisão do juiz Aluísio Moreira Bueno, que não viu problemas na elaboração de um dossiê antifascismo pelo deputado estadual Douglas Garcia (PTB-SP), foi tomada em 5 dias e sem ouvir a argumentação do próprio parlamentar.

O dossiê traz mil pessoas, com endereços, fotos e telefones. Na lista constam dois jornalistas, seis radialistas e pelo menos 70 professores.

No dossiê paulista, entre as supostas provas de ligação das pessoas citadas com terrorismo estão um livro (a biografia do guerrilheiro comunista Carlos Marighella, escrita pelo jornalista Mário Magalhães), uma placa em homenagem à vereadora Marielle Franco, assassinada no Rio de Janeiro em 2018, camisetas com a imagem do ex-presidente Lula e a suástica nazista, com um x vermelho demonstrando rejeição, segundo Rogério Gentile.

O magistrado negou ação judicial movida contra um dos listados no dossiê, que teme represálias. O argumento do juiz Aluísio Moreira Bueno ao negar a ação de um dos listados é que a vítima queria “silenciar a crítica” do deputado estadual. Também defendeu o trabalho do parlamentar, ao dizer que ele poderia cometer prevaricação se não encaminhasse o dossiê antifascismo para as autoridades.

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