O caso Pablo Marçal pode servir de guia para o futuro dos debates entre candidatos numa eleição.
Se apenas o eleitor é quem deve decidir sobre seus representantes na política partidária, para que, então, as regras? Para que a justiça eleitoral?
A eleição presidencial teve o falso padre Kelmon. Até o nome para o personagem era e é fake.
Não tinha propostas, atuava como laranja. Quer convencer da existência de uma nova política. Em verdade, uma política autodestrutiva, corroendo as pessoas, as instituições. Avacalhando a democracia.
Uma política arrastando para autocracias.
Pablo Marçal, divulgador de fofocas, escorado em celebridades ou subcelebridades, que se dizem cansadas de “tanta corrupção”.
Estes nomes são os mais perigosos. Daí a exigência de atualização das regras dos debates.
Jornalistas têm formação filosófica, social e cidadã para contestar Marçais e Kelmons ao vivo.
Perguntas não respondidas exigem do jornalista uma atitude direta: deve ser dito que o candidato não quer responder ou se recusa a responder; checar informações divulgadas por ele e declarar publicamente se estão erradas, se são mentiras, se estão incompletas, se são ofensivas, se tem cunho racista, xenofóbico.
A política é uma atividade séria, como viver é uma atitude séria.
A posição do jornalista é a da sociedade vigilante.
Jornalismo é ciência, segue modelos, regras, todos muito antigos. Se apenas um destes princípios estivesse errado, ele, o jornalismo, já teria deixado de existir.
Hora, então, dos debates modernizarem suas composições. Mais jornalismo, em resumo.