O governador Paulo Dantas repete que não vai disputar as eleições no próximo ano. Mas estará na campanha, com o PSB e o PSD (este dividido com Marcelo Victor) empurrando nomes a estadual e federal e – talvez – ao Senado, desde que isso não atrapalhe os planos de Renan Calheiros ou Arthur Lira.
Marcelo Victor permite que a sua Assembleia Legislativa homenageie Lira, mas ele próprio vai receber duas comendas, talvez inúteis no dia a dia da população porém importantes para consolidar a posição dos deputados frente ao seu chefe.
É uma política de aproximação que também interessa a Dantas. Ele mesmo insiste estar fora da disputa, mas a filha Paula Dantas consolida posição nacional no PSB. O governador também ajudou nas tratativas que trouxeram os ex-prefeitos Kil (União dos Palmares) e Júlio Cezar (Palmeira dos Índios) para o Executivo. Foi um preço barato: entregou duas pastas sem orçamento, tratadas como refugo politico.
Mantendo as condições atuais, sem anunciar grandes obras, avançando nas discussões para o leilão do bloco D de saneamento (região de Arapiraca), organizando os pagamentos das construtoras do trecho 5 do Canal do Sertão, Dantas ajuda seu grupo político a eleger o sucessor, que pode ser Renan Filho se o prefeito JHC for mesmo candidato a governador.
E, pelo andar das discussões e os tantos elogios semeados por Renan Calheiros, JHC pode seguir o mesmo destino de Dantas: terminar o mandato, sem ser candidato e atuando como cabo eleitoral.
E depois? O tempo dirá.