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Dantas e Lira estão em Lisboa- e pauta é política

O governador Paulo Dantas e o deputado federal Arthur Lira estarão em Lisboa nos próximos dias.

Acompanhando o XIII Fórum de Lisboa, encabeçado pelo ministro do STF Gilmar Mendes. Lira é convidado para palestrar.

Lira e Dantas têm interesses em comum: o deputado busca votos ao Senado. Dantas será eleitor, garantiu apoio a Renan Calheiros mas existe a outra vaga, ainda não declarada publicamente pelo governador.

Dantas não apoia JHC, rompido com Lira. O governador também é a ponte entre os interesse de Marcelo Victor, presidente da Assembleia, e Lira. Mas também atua como interlocutor do senador Renan Calheiros, que disse essa semana rejeitar qualquer aliança com o parlamentar federal.

Exageros de Renan. Quando ele fala, é preciso dar um desconto.

Lira e Renan são aliados nas eleições da Associação dos Municípios, onde presidente e vice lirista ou calheirista se revezam num clima de quase perfeita cordialidade.

Também Lira não pôs o pé na porta para impedir a saída de prefeitos do PP migrando na direção do MDB.

E Renan não ameaça retaliar prefeitos que darão votos a Arthur. Desde que ele, Renan, seja o primeiro da lista.

Ambos, porém, têm um fantasma em comum: o prefeito JHC, que se comporta como terceira alternativa no quadro político. E, lógico, o vice Rodrigo Cunha, que abriu mão do Senado, encaixou a mãe do prefeito em Brasília e JHC enxerga na vaga da mãe o próprio futuro.

Quando o Rodrigo Cunha abriu mão de disputar a reeleição ao Senado Federal, houve alívio entre Renan e Lira. Afinal, são duas vagas ao Senado, dois candidatos (e não três) e uma votação mais barata.

JHC, porém, demitiu a maioria dos indicados de Lira na Secretaria Municipal de Educação; passou a se mexer no quadro eleitoral e busca atrair o prefeito de Arapiraca Luciano Barbosa.

Ou seja: passou a existir (de novo!) um terceiro candidato ao Senado.

Renan Filho captou este movimento do prefeito. Por isso, nem apareceu quando Renan pai o lançou como candidato a governador. E Brasília passou a dizer que o ministro dos Transportes era cogitado para a Casa Civil. Talvez um blefe.

Jota atraiu Rodrigo Cunha, entregou a Secretaria de Infraestrutura (dinheiro e capilaridade nos bairros), tem o vice, que foi candidato a governador (quase 760 mil votos, 47,67% do total) e atuando como cabo eleitoral num ambiente onde Renan e Lira são rejeitados nas urnas: Maceió.

Há sinais.

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