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Cruel é vender uma estatal da água numa pandemia

Quem vai ou já está ganhando com a venda da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal)?

Não é o mais pobre.

Reclama-se da Equatorial, dos péssimos serviços oferecidos por ela, do reajuste de 10% na tarifa de luz numa pandemia.

Mas, observe que os defensores da privatização da antiga Ceal- hoje Equatorial- estão em silêncio.

Alguns por ingenuidade; outros por esperteza.

Lembra quando eles diziam que tudo seria muito bom, depois da privatização?

Não foi.

Sem uma agência reguladora que funcione, a Equatorial age como quer, acuando o consumidor.

E no Brasil as agências reguladoras não funcionam.

(Ótimo livro, a Privataria Tucana mostra os bastidores das privatizações no Brasil)

É assim com a Casal: estão em xeque a qualidade da água que vamos receber (pode ser muito pior que hoje) e a falta de fiscalização sobre a execução de um serviço público administrado por uma empresa privada.

Você acha cruel reajustar a tarifa de luz numa pandemia, com famílias endividadas?

Cruel mesmo é vender uma estatal da água num dos lugares mais pobres do Brasil, onde lavar as mãos com água e sabão numa pia é privilégio.

E se sentimos orgulho por sermos privilegiados nestas condições, estamos doentes.

Muito doentes.

SOBRE O AUTOR

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