A musa teórica que nos levou a resistir a um governo letal não poderá descansar em um governo progressista com alianças neoliberais, porque a essência da democracia é ativa, e isso a mantém viva!
Sim queridos leitores, a crítica precisa ser feita, quando é necessário. Um governo democrático não deve aspirar aclamações infinitas, mas saber ouvir os clamores e as respeitar análises com responsabilidade histórica.
Voltamos então nossa voz para um monólogo com o governo Lula no quesito comunicação.
Por que monólogo?
A resposta é óbvia. Este governo não está dialogando com o cinturão de mídia independente que tanto atuou no contraponto do governo passado.
A estratégia de comunicação é antiga.
Beneficia corporações que sempre estiveram alinhadas aos golpes sofridos pela democracia.
As mídias independentes que existem fora do eixo Rio-São Paulo sempre estiveram solitárias no front, e manter estes satélites de comunicação intensa nesta ausência de reconhecimento é menosprezar fortíssimos instrumentos de luta em momento crucial da história, quando a brevidade do governo está cerceada pelo avanço organizado do nazi-fascismo da extrema direita brasileira.
Percebemos que o gozo do retorno ao poder ofusca alguns setores do governo, deixando passar detalhes importantes como a influência de pequenas mídias no contato com as massas, algo que está sendo atribuído unicamente a influencers que nunca tiveram contato com um texto jornalístico e por esta razão, fazem barulho mas não promovem reflexões de caráter transformador, que cheguem às massas como conteúdo qualificado.
Nem tudo pode ser confiado ao tablado lacrador!
Se as equipes de comunicação se prestassem a fazer análises sobre os movimentos midiáticos da última década no Brasil e no mundo, estariam mais realistas, fortalecendo as comunicações alternativas que resistiram ao bolsonarismo e enfrentaram os reveses econômicos impostos por políticos locais, devoradores de autonomia!
O governo Lula está sinalizando negativamente para este perfil de mídia e esta notícia não é boa.
