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Crise no Samu: Governo desiste de esperar Ministério e vai comprar ambulâncias

O governador Renan Filho (PMDB) desistiu de esperar o Ministério da Saúde e decidiu que o Executivo estadual vai comprar, com recursos próprios, as ambulâncias do Samu.

A licitação será assinada nas próximas semanas. Serão comprados 42 carros (10 especificamente para atender ao Hospital Geral do Estado) até o final do ano. Nesta primeira licitação, serão 4 ambulâncias.

No segundo semestre, revelou o governador, será implantado um programa de compra e distribuição de ambulâncias para os hospitais do interior.

Segundo Renan Filho, das 52 bases do serviço de urgência e emergência espalhadas pelo Estado, 40 delas têm veículos com mais de 5 anos de uso. De acordo com ele, as ambulâncias deveriam ser trocadas de 3 em 3 anos.

“Algumas destas ambulâncias estão rodando, outras estão em manutenção e outras estão inservíveis. Um veículo que roda há cinco anos, 24 horas por dia, com freadas bruscas tem rápido destaque”, disse o governador, ao blog.

A compra e manutenção das ambulâncias do Samu são da responsabilidade do Governo Federal. Mas, de acordo com o Renan Filho, isto não vem sendo cumprido.

“Nunca compramos nenhuma ambulância com recursos do Governo estadual. Resolvi que vamos assumir isso”, disse Renan.

A qualidade do serviço é um dos principais nós na saúde pública alagoana. Funcionários do Samu são obrigados a recusar a ida das ambulâncias aos locais de atendimento por faltar veículos suficientes nas garagens. Ou porque carros estão quebrados, sem data para conserto.

Um dos princípios do Samu é socorrer rapidamente pacientes que deveriam ser levados para hospitais ou unidades de pronto atendimentos (as UPAs).

Em janeiro deste ano, o presidente Michel Temer doou 340 ambulâncias para 19 estados. 204 veículos eram novos e 136 rodaram no Rio de Janeiro, durante os Jogos Olímpicos.

Ano passado, o Samu de Alagoas recebeu, para custeio do serviço das ambulâncias, R$ 12 milhões (exatos R$ 12.076.900,00).

Hospitais

Só que a compra das ambulâncias do Samu vai agravar um outro problema.

É que sem leitos suficientes para atender à alta demanda, o Hospital Geral do Estado – maior de Alagoas, mantido pelo Governo estadual- não tem macas para todos os pacientes. Daí que ambulâncias do Samu ficam na porta do hospital, paradas, com pacientes dentro dos carros, à espera de uma vaga no HGE.

Só depois que o atendido entra no hospital, a ambulância está “liberada” para novos socorros.

“Problema é que só temos o HGE. E temos um hospital excelente, ele bate todos os recordes de atendimento. Mas só temos ele. Quando fazemos propaganda sobre o hospital, aí é que a demanda aumenta”, explicou o governador, ao blog.

Por isso- disse Renan- o Governo constrói hospitais. Ergue dois em Maceió, no dia 22 de maio vai a anunciar a licitação para mais um, em Porto Calvo, e outra licitação para mais um hospital, no mês de junho. O Hospital do Câncer para Arapiraca será licitado até o final do ano.

“Precisa ter coragem para fazer isso, com o Brasil vivendo esta dificuldade financeira”, afirmou.

E os hospitais do interior, qual o problema?, questionou o blog.

“Eles não funcionam como deveriam. O Governo arca porque as prefeituras não têm como fazê-lo ou o hospital tem muito funcionário e não tem médico. Ou tem leito, mas não interna. Ou precisa ter médico à noite”.

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