Repórter Nordeste

Crimes políticos no interior de Alagoas: uma maldição?

O que ganhar ou perder ao falar sobre a política que mata, no interior alagoano?

Perder a letargia, a indiferença cúmplice.

Ganhar a força advinda da luta por cidadania, pois mesmo resistindo à evolução, essa terra também precisará decolar um dia, deixando para traz o arcaísmo assassino da violência política.

As mãos estendidas dos coronéis, pedindo cada vez mais almas à força da bala, precisam ser identificadas com precisão. Rejeitadas, não temidas – manipularão cada vez menos os nossos destinos.

Alagoas concentra hoje vasto histórico de crimes de cunho político em seus municípios. Não podemos nos acostumar a isso, pois a indignação é a única força capaz de nos salvar da cumplicidade por omissão.

Nem um de nós sabe quem será a próxima vítima. Todos sabem que ela existe. Essa certeza desmonta a democracia e desmoraliza os tapetes vermelhos dos órgãos competentes nas garantias dos direitos civis brasileiros.

A política não é um ente particular, mas público. A possessão desse espaço define apenas a vergonha de uma terra truculenta, que alimenta criminosos com insígnias de louvores enquanto o sangue dos cidadãos banham o cenário das chacinas, emboscadas e toda sorte de extermínio.

Quem poderá atuar em defesa da vida e da cidadania dos alagoanos residentes nas áreas interioranas, dominadas pelo poder criminoso dos coronéis de ontem e de hoje?

Essa página da nossa história já acumula sangue em excesso, não pode ser ignorada.

O dissidente político é tão possuidor de direitos quanto o mandatário que a justiça não localiza, geralmente não pune, pois sequer sabe o nome.

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