Crianças expostas à poluição do ar têm capacidade respiratória comprometida

Correio Braziliense

Foto:Reprodução

O perigo está no ar das grandes cidades, colocando em risco as futuras gerações. Os gases poluentes expelidos diariamente pelos milhões de veículos que circulam nos centros urbanos contribuem diretamente para a redução da função pulmonar em crianças. Uma longa pesquisa acompanha desde o nascimento quase 2 mil crianças expostas a essa poluição ambiental.

Na segunda divulgação de resultados — a anterior aconteceu no primeiro ano de vida dos participantes —, os cientistas conseguiram observar um deficit significativo no volume máximo de ar expelido por eles aos 8 anos. Especialistas afirmam que, entre as consequências a longo prazo, pode estar o desenvolvimento de doenças pulmonares obstrutivas crônicas, como a bronquite e o enfisema pulmonar.

O estudo, publicado na semana passada no Jornal Americano de Medicina Respiratória e Crítica da Sociedade Torácica Americana, avaliou as crianças por meio da aplicação de questionários, da avaliação da quantidade de anticorpos no sangue, além do exame de espirometria. O último foi capaz de registrar uma redução de até 85% do volume de ar esperado para crianças com a mesma idade, o mesmo peso e a mesma estatura, mas sem a exposição aos poluentes. “Nosso estudo mostra que a exposição precoce à poluição do ar relacionada ao tráfego a longo prazo tem efeitos adversos sobre a saúde respiratória em crianças, particularmente entre aquelas com alergias”, detalha o pesquisador Göran Pershagen, professor do Instituto de Medicina Ambiental em Estocolmo, Suécia.

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