A bela Maragogi convulsionava na tarde de domingo!
Dois grupos já conhecedores das benesses da governança, disputavam a presença da população em suas caminhadas.
Sob o escudo das cores de seus brasoes eleitorais, dividiam as ruas em laranja e azul, sob a hostilidade das vaias de uns e outros.
A democracia rastejava com a poeira, enquanto o poderio econômico esbravejava nos equipamentos de som, carros de luxo e sobrenomes simbólicos!
O povo desparecia entre a turbulência, o barulho e a euforia paga.
Sobre os telhados a disputa das bandeiras. Flâmulas de cor laranja e cor azul dividem a geografia da cidade em partidários e seguidores de um e outro.
Em convulsão não se pode pensar, refletir, avaliar.
Sem estes elementos, mais um teor de criticidade, o processo eleitoral atropelará o democrático; a cidadania é beijada pelas ondas e engolida pelas marés do poder.
Até alcançarmos a autonomia necessária para evitar a subjugação à força do poder econômico nos processos eleitorais, por certo, teremos, enquanto sociedade, de contemplar os desvarios de tantos lados, e suportar perseguições e achincalhes, até que a democracia seja consolidada.
Maragogi representava, ontem, a infância democrática do país.