Contra impeachment, Dilma negocia cargos com verbas de R$ 38 bi

Estadão Conteúdo 

As mudanças no segundo escalão do governo, em busca de votos para brecar o impeachment da presidente Dilma Rousseff, envolveram a negociação de cargos que podem movimentar até R$ 38 bilhões em recursos do Orçamento deste ano, dos quais R$ 6,2 bilhões são investimentos. Chamado de “repactuação” da base pelo governo e de “balcão de negócios” pela oposição, o processo se acelerou após rompimento oficial do PMDB com Dilma e às vésperas da votação do afastamento da petista pelo plenário da Câmara.

A estratégia do governo é fidelizar apoios ou ao menos garantir abstenções na votação no plenário da Câmara de partidos médios e pequenos como PP, PROS, PDT e PTN, ou até mesmo dentro do próprio PMDB – sigla do vice-presidente Michel Temer, cujos aliados trabalham para levá-lo ao Palácio do Planalto também com a promessa de cargos. Mesmo com o contingenciamento no Orçamento, que proíbe temporariamente o uso de parte dos recursos de investimento, os órgãos de segundo escalão têm sido cobiçados pelas siglas.

Até o momento, as legendas que mais perderam influência foram o PMDB e o PTB, do relator do impeachment na Câmara, o deputado Jovair Arantes (GO). As mudanças no segundo escalão devem ser intensificadas até o dia 15 de abril, data em que começará a ser votado no plenário da Câmara o pedido de abertura do impeachment contra Dilma.

Na minirreforma, o governo tem atuado para limar ou retirar dos cargos aliados de Temer e do ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves, único dos sete ministros da legenda que respeitou a decisão da direção partidária de entregar imediatamente os cargos que ocupavam no governo federal.

O governo retirou, por exemplo, uma diretoria da Conab e postos de escalões inferiores no Ministério da Agricultura, todos eles ligados a Temer, cadeiras que ainda estão vagas. Também preferiu privilegiar uma parte do PMDB da Câmara que ainda lhe pode render votos: retirou Vinicius Renê Lummertz Silva do cargo de presidente do Embratur e colocou Gilson Lira. Com esse movimento, o governo tira a influência dos cinco deputados da bancada peemedebista de Santa Catarina (favoráveis ao impeachment) e fica com um indeciso, um parlamentar da Paraíba: o deputado Veneziano é padrinho do presidente interino da Embratur, enquanto Lummertz é ligado aos catarinenses.

A cúpula do PP, sigla que já ganhou a diretoria-geral do Dnocs e tenta, futuramente, assumir o Ministério da Saúde, promete dar entre 25 e 30 votos de uma bancada de 51 deputados para manter a presidente no cargo. Contudo, o placar do impeachment publicado diariamente pelo jornal O Estado de S. Paulo aponta que 24 são declaradamente favoráveis ao afastamento de Dilma e apenas nove são contrários. Ainda que os oito indecisos e seis que não quiseram responder se pronunciem futuramente a favor da petista, ela não terá o apoio prometido pelo PP.

A oposição protesta contra essas nomeações do segundo escalão, que considera ser um balcão de negócios. No fim de março, dois senadores pediram que a Procuradoria-Geral da República investigue Dilma e o ministro do Gabinete Pessoal da Presidência, Jaques Wagner, por oferecerem cargos em troca de votos. Para o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), os deputados não vão se vender por cargos em um governo que está para cair por conta da pressão das ruas. “É um suicídio”, sentenciou.

Negociação

Para os governistas, a negociação tem dado certo. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ), disse que após a convenção do PMDB ocorreu um movimento inverso ao da esperada debandada. “As negociações estão se intensificando com vários partidos da base, acho que hoje o impeachment está mais longe”, avaliou. “O governo está com todas as condições de construir uma maioria em torno de 200 votos na Câmara.”

Além da negociação de cargos que controlam somas expressivas de dinheiro, estão em jogo postos sem atrativos financeiros e que envolvem outros interesses, a exemplo da influência de diretorias em agências reguladoras.

A presidente Dilma indicou, por exemplo, o ex-senador Luiz Otávio para a direção-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) para agradar o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) e pai do ministro dos Portos, Hélder Barbalho. Na bancada peemedebista do Pará, dos três deputados, dois se mostram indecisos e um não declarou posição, conforme levantamento do Estado.

Uma resposta

  1. O PODER PELO PODER
    Joilson Gouveia*
    Além de sequazes séquitos fanáticos de Paul Joseph Goebbels, aquele “ministro das comunicações” de Adolf Hitler (que, também, fora eleito democraticamente, para chegar ao “puder”) e do seu nazifacismo de cruéis verdugos, frios carrascos e assassinos sanguinários tanto quanto daquele outro regime comunista-socialista de dissimulados, escamoteados e ludibriadores facistas e adoradores de Lênin e de Antonio Gramsci, que sempre falaram e falam em “democracia e em estado de direito ou direitos humanos” – mas, “assuma o poder sem nenhum escrúpulo” -, mas adoram, cultuam, veneram e enaltecem à evoluída, profícua e proficiente “progressista democracia cubana”, onde a “alternância de poder” se restringe aos Los Hermanos Castrista, nessas seis últimas décadas. Amam-na, mas não moram lá!
    É, pois, ela (alternância de poder) que caracteriza, identifica, marca e registra o regime democrático de uma Democracia, na qual o PODER emana do povo, pelo povo, para o povo e, sobretudo, com o povo, que é exercido por seus representantes eleitos para esse fim, conforme a vontade da esmagadora maioria do povo. Fora disso, não há se falar em Democracia. In caso, a esmagadora amioria quer seu IMPEDIMENTO.
    Ademais, não basta que sejam alternados sujeitos, indivíduos ou pessoas distintas, diferentes e diversas, mas de um único partido ou de uma única ideologia, haja vista que sua hegemonia se torna, transmuda, transmuta e se transforma numa tirania de déspotas pouco ou nada esclarecidos, que “farão o diabo para não perder eleições” e, sobretudo, para não largar o osso poderoso que roem: PODER!
    Notem bem: há desemprego de mais de dez milhões de pessoas, de trabalhadores que perderam seus empregos, aditados de outros milhões que esperam pelo seu primeiro emprego e trabalho; os juros exorbitantes, escorchantes e estratosféricos (bancários e do crediário); odiosas injustificadas majorações de impostos, tributos e taxas de contribuições e de serviços de luz, água, gás de cozinha e dos combustíveis; uma inflação acima dos dois dígitos, numa economia sem rumo, sem controle e deficitária ou negativa e decrescente com seguidos PIB’s abaixo de zero e de -3,8%; os índices sociais e IDH mais baixos que a inflação, num caos nunca visto antes e de uma inescrupulosa crise ética, política, econômica e social sem precedentes e, ainda assim, os sórdidos comunapetralhistas, “petinhas” ou “petralhinhas” escarlates todos preocupados, voltados e dedicados com o anelado retorno do célere ex-ministro “mais onesto dessepaiz”, o “asceta de prístinas virtudes”, o “virtuoso” Luís LI – The Sir LILS – “o breve”, o que foi sem nunca ter sido, ou o mais brilhante e mais bem remunerado palestrante da história mundial, cujos feitos não se acham registrados em nenhum lugar do mundo virtual ou real.
    Enfim, chegaram e estão (e não querem sair) no “puder” há mais de três lustros sem nenhuma reforma – os SEM tudo continuam SEM NADA, nesses últimos treze anos – nada criaram, nem inovaram nem reformaram ou construíram, salvo nos países de ideologias semelhantes – os “milhões que tiraram da pobreza” nunca devolveram um centavo sequer – “avalia-se um programa social pelo número de pessoas que saem dele e deixam de precisar dele” – RR – aqui são mantidas legiões de miseráveis e pobres numa escravatura famélica de verdadeiros currais eleitoreiros estomacais, via BF’s.
    Mais: Os tais PAC’s todos empacados, apenas duas obras 100% concluídas. Já são treze anos sem a decantada “Transposição do São Francisco” e as tais reformas agrárias foram suspensas pelo próprio TCU, pelas escandalosas e criminosas fraudes e desvio de finalidade e de verbas.
    A despeito disso tudo, tentam a todo custo comprar aos “indecisos e contrários” ou os favoráveis ao que chamam de GOLPE e GOLPISMO – aquilo que mais usaram de 1990 a 2002 – quando isso era “um exercício pleno de cidadania e arma do povo numa Democracia”, mas, hoje, o IMPEACHMENT passou a ser GOLPE! De onde está saindo essa dinheirama toda? Há hipocrisia, cretinice, canalhice ou patifaria igual ou maior?
    “Pior que um governo corruPTo é ver um cidadão que o defende”. Não é lícito, legítimo, decente, honrado ou honesto defender a esse “governo”. Tenho dito!
    Abr
    *JG

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