Conexão disfuncional no cérebro explica porque alguém é psicopata

Psicopatas: eles estão sempre à procura de recompensas imediatas, segundo o estudo de Harvard (YouTube/Warner Brothers/Reprodução)
Psicopatas: eles estão sempre à procura de recompensas imediatas, segundo o estudo de Harvard (YouTube/Warner Brothers/Reprodução)

A falta de empatia pode ser a principal característica relacionada à psicopatia, mas não é apenas ela que torna uma pessoa um psicopata. Um estudo da Universidade de Harvard, nos EUA, concluiu que é o apelo da recompensa de curto prazo que realmente motiva as decisões de indivíduos com traços psicopatas.

A pesquisa, publicada no jornal Neuron, é baseada em exames cerebrais de 49 prisioneiros em uma instituição carcerária dos Estados Unidos. O objetivo dos cientistas era explicar por que os psicopatas tomam decisões ruins que, muitas vezes, levam à violência ou a outros comportamentos antissociais.

“Durante anos, focamos na ideia de que os psicopatas são pessoas que não podem gerar emoções e, por isso, eles fazem coisas terríveis”, disse Josh Buckholtz, autor principal do estudo, em comunicado. “Não nos preocupamos com os sentimentos que os psicopatas têm ou não têm, mas as escolhas que eles fazem.”

A escolha por trás dos prisioneiros está relacionada com essa tomada de decisões. De acordo com Buckholtz, indivíduos com traços de psicopatia cometem muitos crimes, “e este crime é devastador para as vítimas e astronomicamente terríveis para a sociedade como um todo.”

O que a equipe de Buckholtz descobriu é que os cérebros dos psicopatas funcionam de uma maneira que os leva a valorizar recompensas imediatas. Com isso, eles não dão tanta atenção para as consequências futuras de suas ações, o que os leva a cometerem atos imorais ou criminosos.

Como a pesquisa foi feita

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores fizeram tomografias por emissão de pósitrons – um exame para obtenção de imagens que informa sobre o estado funcional do cérebro – nos presos que tinham mostrado tendências psicopatas no passado.

Enquanto os exames eram feitos, os pacientes participaram de um teste de “atraso de gratificação”, em que precisavam escolher entre duas opções: uma quantidade menor de dinheiro imediatamente ou uma quantia maior em um momento posterior.

À medida que eles pensavam em suas decisões, o computador que obtinha as imagens analisava duas regiões do cérebro. Uma delas, o córtex pré-frontal médio, associada à “viagem mental do tempo”, permite que as pessoas pensem sobre as consequências futuras de suas ações. A outra é o estriado ventral, relacionada com a escolha imediata.

Fonte: EXAME.com

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