Como uma Prefeitura ‘quebrada’ vai passar R$ 2,5 milhões mensais para empresas de ônibus?

O acordo entre a gestão do prefeito João Henrique Caldas, o JHC (PSB), com os empresários de ônibus para o repasse (mais subsídios) de R$ 2,5 milhões por mês para estas empresas, precisa ser esclarecido.

Primeiro: o acordo, que ainda será firmado, acontece logo no início da gestão e depois de uma eleição. É só uma coincidência?

Segundo:  a justificativa é para manter a redução da passagem e o passe livre que, de fato, precisam ter uma compensação dos cofres públicos ou as empresas quebram. Mas, quem definiu esse valor? Os empresários? JHC, o grande pregador da transparência pública e da nova política, ainda não esclareceu;

Terceiro: nem na era Rui Palmeira, que foi aquele desastre na gestão dos ônibus, houve um repasse de dinheiro tão volumoso a céu aberto aos donos dos ônibus nem tanta leniência para que trabalhadores deste setor, como os cobradores, tivessem a permissão, apoiada pelo prefeito e sua bancada na Câmara, de serem demitidos numa pandemia num Estado com mais de 200 mil desempregados.

Logo quando assumiu a administração municipal, JHC saiu daquele clima festivo de eleição para momentos de gestor taciturno, pessimista. Falou em dívida de R$ 300 milhões deixada por Rui; disse que se gastava mais do que arrecadava; através da Secretaria de Economia anunciou suspensão de concurso publico e descartou reajuste salarial aos servidores públicos, ameaçando nem repor a inflação!

E, de repente, a Prefeitura, via Procuradoria Geral do Município e SMTT, anunciou subsídios e repasses milionários para os afortunados donos de ônibus e a “confirmação” de desequilíbrio financeiro destas empresas.

Como assim? Quais auditorias independentes confirmam estes números? As vozes do achismo?

De crítico da antiga gestão da família Moura na SMTT, JHC mudou rapidamente de lado. Mostrou-se alguém preocupado em salvar as ricas empresas de ônibus e menos atento à diminuição da frota e a superlotação do transporte de massa, prejudicando a vida dos dependentes de ônibus, a maior parte do povo, dos seus eleitores.

A “mágica” deve ter explicações. E não está no amor ao próximo nem na devoção a Deus.

Afinal, como uma Prefeitura endividada, sem condições de tomar empréstimos em bancos, que assiste ao afundamento de 3 bairros, vai repassar R$ 2,5 milhões mensais para empresários de ônibus?

É muito dinheiro. São R$ 30 milhões por ano! R$ 120 milhões em 4 anos!!

É tanto dinheiro que daria para construir três conjuntos habitacionais Vale Bentes 2, inaugurado na semana passada pelo prefeito, dando casas para 6 mil pessoas!!!!

Quantas famílias do Pinheiro, Bom Parto, Mutange não poderiam ser atendidas? Ou isso não é relevante?

Sim, JHC, há muitas explicações para serem dadas.

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