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Como evitar a perda de pessoas presentes

Não há inocências em acontecimentos sociais, pois foram forjados em intencionalidades, mas ter olhos de fazer leituras complexas é um atributo importante a ser cultivado e desenvolvido para não passar por este mundo como figurante amorfo.

O tempo de performar nunca foi tão intenso, quase completo em sua envolvente magia de dissecação, levando almas aos altares do consumo, com verve religiosa. Ali mesmo se consome a chama. Desumaniza pela aquisição de um punhado qualquer de curtidas e reproduções. Virou um deus! Agora é deusa! Um “publi” enfeitiçado. Um coração desmontado que idolatra o reflexo de si mesmo na tela.

Não há pecado, há exploração e mercado.

Em casa mora o silêncio dos lares.

Felizes os que ainda cantam juntos, discutem suas diferenças sem romper limites, e depois celebram a presença sem moderação!

Há algo sendo levado sutilmente do ninho. Não há garantias de como acontece o retorno. O tempo da criatividade relacional pede socorro.

Quando interpretamos os padrões redirecionamos com sucesso o alvo e o efeito. Mas o tempo de partilhar importâncias está desafiado pelo ritual de iniciação na bolha, onde cada um fica na própria.

Já não será o efeito moral de antes nem o moralismo de sempre, quem resgatará a sensação salvadora. O amor está impedido de cobrar papéis, mas pode transcender a máquina e caminhar descalço, na direção do coração. Será promissor fazer algo pela alegria, pela naturalidade de cada dia.

Valerá o tempo que é dedicado ao cultivo; a terra, a folha, o mar, o paraíso, podem voltar a fazer sentido.

Não se julgue isento. Não se creia protegido. A magia da perda em presença está difundida nos aparelhos. Em toda parte se acessa.

Reaja com poesia, porque toda rebeldia entende o canto de uma pessoa poeta.

 

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