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Combustível e passagens áreas: itens entre os mais caros do mundo, no Brasil

reporternordeste.com.br

Levantamento realizado pelo O Globo deste domingo mostra que os custos de alguns produtos- como gasolina e passagens aéreas- disparam no Brasil- o país é um dos mais caros do mundo nos itens.

O custo dos combustíveis está nesta categoria.

De acordo com levantamento da Sociedade Alemã para a Cooperação Internacional (GIZ, na sigla em alemão), feito em novembro de 2010, o Brasil tem a segunda gasolina mais cara das Américas, cotada a US$1,58 o litro.

O país só perde para Cuba (US$1,72/litro), que em setembro do ano passado decretou uma alta de 18% no combustível por causa da instabilidade do preço do petróleo.

O Brasil é o único país entre os Bric que está na categoria de países com a gasolina mais cara do mundo, dentre as quatro classificações da GIZ. São economias em que o preço do litro do combustível custa entre US$1,47 e US$2,54 o litro. Na Índia, a gasolina saiu por US$1,45, contra US$1,11 na China e US$0,84 na Rússia.

A situação é semelhante com o diesel brasileiro, que é também o mais caro entre os Brics e o terceiro mais caro das Américas, cotado a US$1,14 o litro, atrás de Uruguai e Cuba. Entre os quatro grupos de países classificados de acordo com a faixa de preço pela GIZ, o Brasil está em segundo lugar, na faixa que tem preço entre US$0,85 e US$1,36 o litro, por causa de impostos.

Um setor aéreo concentrado e com entraves à concorrência faz com que o Brasil seja hoje o país com as passagens aéreas mais caras do mundo entre os grandes mercados.

Levantamento preparado para o GLOBO pela consultoria econômica MicroAnalysis mostra que o quilômetro percorrido de avião nas rotas mais movimentadas – como Rio-São Paulo ou São Paulo-Brasília – custa, em média, US$0,36 nos horários de pico (de 6h às 9h e de 18h às 21h). Trata-se de uma tarifa 227% mais cara do que nos Estados Unidos, onde esse valor é de US$0,11. Ou 157% maior do que na Europa, onde sai por US$0,14.

Segundo a Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia (Abrace), o país tem hoje o terceiro maior custo de energia elétrica para a indústria no mundo, atrás apenas de Itália e Eslováquia. O ranking, elaborado pela Abrace com dados de 2010, analisou custos de 26 países.
Outro estudo, sobre o custo da energia residencial, também coloca o Brasil na terceira posição, atrás de Alemanha e Áustria.

O levantamento, feito pela Trevisan Escola de Negócios com 17 países, considerou o gasto de uma família que consome 300 quilowatt-hora por mês. A conta de luz paga anualmente pela família brasileira ficou em US$914, contra US$1.108,8 na Alemanha e US$918 na Áustria.

O valor está bem distante dos gastos anuais americanos (US$478,8) e mexicanos (US$295,2) que tiveram os menores preços da amostra.

A renovação a partir de 2015 de parte das concessões do setor elétrico, que conta com contratos de mais de 50 anos, é a grande esperança para reduzir o valor da conta de luz dos brasileiros. Segundo estimativa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), os novos leilões poderiam cortar o valor médio do megawatt-hora de R$90 para até R$20, porque os novos contratos já não incluiriam mais a amortização dos investimentos para a construção das usinas, mas apenas os gastos com manutenção.

Na telefonia, o Brasil fica na posição intermediária, na 53ª entre os 161 países que tiveram a cesta de serviços básicos de telefonia fixa analisada pela União Internacional de Telecomunicações (UIT). Apesar disso, o valor da cesta no país, de US$13,43, é superior à média de todos os países (US$12) e também o mais alto entre os Brics. Para a análise, a UIT se baseou no valor cobrado em 2009 para uma cesta de serviços de telefonia fixa composta pela assinatura e 30 chamadas locais de três minutos cada, sendo 15 em horário de tarifa reduzida.

Os preços de banda larga também mostram o Brasil como o mais caro entre os Brics. O país é o 97º mais caro entre 161 países analisados no mundo, com valor de US$28,033 pela assinatura básica de internet, com 1 gigabyte incluído. Na banda larga, o Brasil fica abaixo da média de todos os países (US$74,15), distorcida pelos altos preços de países como a República Centro Africana, em que o plano básico custa US$1.329,49.

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