Com real forte, Brasil retrocede ao 7º PIB global

Com "efeito câmbio", Reino Unido deve ultrapassar o país, apesar de crescer menos

Monitor Mercantil

Apenas um ano depois de ultrapassar o Reino Unido e se tornar a sexta economia global, o Brasil deve voltar, em 2012, ao sétimo lugar que ocupava ano passado. A previsão é do Fundo Monetário Internacional (FMI), que prevê que Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresça 3% este ano e o britânico, 0,8%.

A volta à posição do ranking de 2011 tem a mesma causa da que puxou o Brasil para o sexto lugar: o “efeito câmbio”. A explicação, que embute uma previsão de alta do dólar em relação ao real, consta do relatório World Economic Outlook, com as previsões do FMI para a economia global.

Para o FMI, o PIB brasileiro em dólar fecharia 2012 em US$ 2,449 trilhões, contra US$ 2,452 trilhões do Reino Unido. Em 2011, segundo os dados já consolidados do FMI, o Brasil teve o sexto maior PIB em dólares: US$ 2,492 trilhões, ficando à frente dos US$ 2,4217 trilhões do Reino Unido pela primeira vez.

Além do câmbio, a mudança de posições ano passado deveu-se ao desempenho das duas economias em 2011, quando o Brasil cresceu 2,7% e a Grã-Bretanha, ainda menos: 0,7%.

A sustentar a retomada do sexto lugar pelo Reino Unido mesmo crescendo menos do que o Brasil em 2012, estaria a tendência de maior desvalorização do real frente ao dólar em relação ao ano passado.

Ao mesmo tempo, a previsão embute uma previsão do fundo de valorização da libra frente ao dólar. De acordo com o FMI, a libra deve apreciar-se em 1,75% em relação ao dólar este ano.

Já as projeções do mercado financeiro para o real apontam para uma desvalorização de 8,9% frente ao dólar em 2012. Ano passado, a cotação média da divisa norte-americana ficou em R$ 1,67.

O FMI também elevou a previsão de crescimento mundial para 2012 em 0,2 ponto, em relação a previsão de janeiro, para 3,5%.

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