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Com Jesus na contramão, por Elton Rodrigues

Inspirado no texto “Para os amigos esquerdistas”, da querida Ana Claudia Laurindo, gostaria de tecer algumas palavras.

Retirando a casta burguesa – e não falo da classe média, falo dos multimilionários, dos bilionários – não há pessoa, com um mínimo de percepção, que não sinta a pressão que parte de todos os lados, destruindo raciocínios e abafando sentimentos elevados.

Todos estamos exaustos.

Os que estão no esforço por mostrar outros caminhos de atuação no mundo, atuação essa que vise o bem comum, estão cansados de repetir obviedades; esgotados de terem que explicar que os pobres, os negros, as mulheres, os lgbts não são inimigos, mas pessoas, com desejos, sonhos, amores, como qualquer um. Porém, por motivos absurdos, são atacados diariamente e impedidos da condição mais básica para um ser: viver.

Por outro lado, os que atacam, os que defendem os discursos mais baixos e que chegam a agir, que chegam a matar, também estão cansados, porque odiar cansa.

Ah, companheiros e companheiras, ninguém é de ferro. E não solicitamos para que coloquem máscaras com sorrisos estampados em seus rostos, pois sabemos que a extenuação é geral. Entretanto, pedimos que busquem momentos de meditação e que tenham ocasiões de alegria, pois precisamos de forças para mantermo-nos em pé.

Observar a inércia de muitos pode causar uma certa dor, uma certa angústia. Chorem, mas não desistam. Acreditem. Acreditem na força do povo, do trabalhador, dos que ignoram as letras, mas não a experiência adquirida com a vida de lutas, de sacrifícios.

Jesus viveu trinta dos trinta e três anos em um lugarejo muito pequeno, conhecido como Nazaré. Trinta dos trinta e três anos! Com tantas pessoas para serem auxiliadas!

Jesus era pobre, trabalhador. Jesus viveu trinta anos de uma vida aparentemente sem valor, sem nada de extraordinário, a vida comum da grande maioria da humanidade. E bastaram três anos para ser preso, condenado e morto pelos homens do poder!

Em uma pessoa aparentemente sem valor, pode existir a semente que irá transformar o mundo!

Todos nós somos sementes que precisam de cuidados para o desabrochar.

Vamos investir em nós, em nossa saúde mental.

Não podemos desistir. Não podemos desacreditar em um futuro melhor, mas o futuro começa agora.

E como Ana Claudia Laurindo afirmou, “não existe noite sem aurora”. E finaliza, dizendo: “A aurora somos nós!”

Que Jesus, o mestre amigo, nos ensine a ser como ele, uma pessoa que sempre se posicionou do lado dos pobres, dos excluídos, dos pequenos e dos humildes. Que saibamos andar na contramão da sociedade, como Jesus andou, em sentido contrário a tudo o que o sistema egoísta e opressor propõe.

SOBRE O AUTOR

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