Com 4G, Claro espera recuperar receita

Depois da queda de 1,8% na receita líquida com telefonia móvel em 2012, para R$ 12,76 bilhões, a Claro iniciou 2013 focada na expansão do faturamento e no reforço da infraestrutura no país. A estratégia inclui o aumento do tráfego de dados com a implantação da rede de quarta geração (4G), o compartilhamento de torres e links de transmissão com a Telefônica/Vivo, e a instalação do cabo submarino, que a controladora América Móvil traz dos Estados Unidos a Fortaleza, Salvador e Rio de Janeiro.

Entre os planos está o aumento da receita média por usuário – que no ano passado baixou 9,3%, para R$ 16 por mês – com a venda de serviços de maior valor, disse Carlos Zenteno, presidente da Claro. O centro da estratégia é a tecnologia 4G, lançada ontem em Porto Alegre e anteriormente em Recife, Curitiba, Campos do Jordão (SP), Búzios e Paraty (RJ). Também faz parte do programa da tele a venda de pacotes mais robustos para 3G.

A companhia planeja ampliar a base de clientes, que cresceu 8% no ano passado, para 65,2 milhões, mas está “focada em dados”, disse Zenteno, sem especificar as metas. “Trabalhamos para que os usuários de dados avulsos migrem para pacotes”, disse. Segundo ele, a Claro tem mais de 5 mil clientes 4G.

Zenteno afirmou que a operadora cumprirá os prazos da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para implantação de 4G. Até abril, o serviço estará disponível nas seis cidades que sediarão a Copa das Confederações (Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Fortaleza e Recife). Até o fim do ano, atingirá as 12 praças que receberão a Copa do Mundo de 2014, incluindo as seis anteriores mais Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Manaus, Cuiabá e Natal.

Embora o lançamento em Porto Alegre pudesse ocorrer até dezembro, uma combinação de fatores favoreceu a antecipação do cronograma. A prefeitura acelerou a concessão de licença para novas torres e a coligada Net Serviços deixou de usar dois blocos do espectro de 5 megahertz, permitindo o uso pela Claro. A companhia instalou 108 antenas na cidade e chegará a 127 em abril, quando a operação atingirá a faixa completa de dois blocos de 20 MHz.

Segundo Zenteno, o convênio para compartilhamento da rede 4G no país assinado com a Telefônica/Vivo inclui torres e links de transmissão das duas operadoras, mas exclui as frequências, os equipamentos e a eletrônica que permitem a conexão dos clientes. “Pelo menos não está dentro do escopo inicial [do convênio]”, disse.

Já o custo de implantação do cabo submarino da América Móvil no Brasil, próximo de R$ 1 bilhão, será bancado quase integralmente pela Claro, afirmou Zenteno. A engenharia e a definição do traçado ficam a cargo da coligada Embratel. O cabo que vai ligar os países integrará a rede de longa distância da Embratel com redes de acesso da Net e da Claro e pode servir como redundância da infraestrutura das três empresas.

As informações são do Valor Econômico

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