Coaracy Fonseca é promotor de Justiça
Vejo com bastante tranquilidade as manifestações do Dia da Independência.
Entre os interesses puramente econômicos, existe um contigente que deseja, de fato, honestidade e retidão no trato da coisa pública.
Mas a energia cidadã está sendo canalizada de modo equivocado e, mais das vezes, irrefletido.
Não é atacando o STF que teremos um país livre da grande corrupção, raiz de muitos dos nossos males.
É contraditório postar-se ao lado de políticos acusados de malfeitos e exigir lisura na res publica.
Num País tão diverso e portador de uma distância abissal entre os mais ricos e os mais pobres, que não permite o exercício pleno da livre iniciativa e concorrência, busca-se um elemento de coesão social: o ataque às instituições e aos Poderes constituídos.
Por outro lado, não é com uma política repressiva (o braço forte do Estado na periferia) e revistando lancheiras de crianças que iremos diminuir os índices de violência urbana.
As pessoas não param de nascer, e nascer é constitucional.
Cabe ao Estado ofertar, no mínimo, Educação, Saúde e Segurança Pública e, na sua atividade de fomento, promover o acesso à Moradia.
Por derradeiro, diante da convulsão política, econômica e social que estamos vivendo cabe uma indagação: você, cidadão patriota, sabe em quem votou, em todos níveis, nas últimas eleições?
Como disse o mestre baiano João Ubaldo Ribeiro: “O Parlamento é a cara do povo”.
“Serenai verdes mares, serenai”.