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Coaracy Fonseca: O que restará do Brasil

Percebo um sentimento de tristeza e desesperança nas pessoas que se defrontam, cotidianamente, com tantos escândalos e verdades dantes não reveladas sobre esse nosso Brasil.

Há os que morbidamente se refestelam: todos são iguais quando o assunto é o “faz-se rir”. Não, não são. Há pessoas decentes e não são poucas.

Apontar o dedo para as instituições e mostrar os defeitos centenários tornou-se filosofia de mesa de bar. As soluções, mais das vezes, são sempre as mais radicais, que não atendem ao momento ao qual estamos vivendo.

De logo, assevero ser contrário a revoluções e intervenções militares, como propõem os saudosistas de um momento que não viveram. Democracia até o fim, com todos os defeitos.

A solução encontra-se em nós mesmos, não tenham dúvidas. É chegado o tempo de recomeçar “e contar comigo”, pois a corrupção e todos os defeitos desnudados são próprios do homem, mas que no Brasil chegou a proporções alarmantes.

O ser humano, com exceções de estilo, mata, rouba, esfola e “leva o seu” por debaixo do pano, em toda parte do mundo, revelam os livros. Lidar com isso é um desafio que se nos apresenta. A oportunidade chegou.
As instituições devem atuar sob pena de perderem a legitimidade e respeito do cidadão. Só ele, o cidadão, tem esse poder de reivindicar e, como disse uma autoridade, entrar nos espelhos d’água dos Palácios de Brasília.

O bastão está com o Moro.

Se queres um Brasil novo comece por você e exija do outro. Não esqueça o passado, para não o repetir. Ser conhecedor daquilo que aconteceu não é ser cúmplice e diz o baiano Caetano Veloso: “Podemos ser amigos, simplesmente, coisas do amor nunca mais; amores do passado, no presente, repetem velhos temas tão banais…”

É preciso conhecer o passado para, em certos contextos, não o amar mais e, assim, construirmos um novo amanhecer.

Hoje, ainda uma vez, madruguei ao som BACH. Senti o espírito percorrer regiões inexploradas, campos verdejantes, paisagem deslumbrantes, oceano azul, quando, então, percebi que estava no mesmo lugar: na minha amada Alagoas, que a mim me deu tudo.

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