Coaracy Fonseca é promotor de Justiça e ex-procurador Geral de Justiça de Alagoas
Segundo dados recentes da AMB, 51% dos juízes brasileiros sofrem de problemas relacionados ao espírito, tais como depressão, ansiedade e síndrome de pânico.
Nada de assustador para quem trabalha em condições de tensão constante, principalmente os que lidam com máfias e organizações criminosas.
O juíz é um cidadão como outro qualquer e tem o direito de adoecer, situação inerente à condição humana.
As questões psiquiátricas só constituem um problema se forem um impedimento para que eles possam julgar contra os poderosos e detentores do poder econômico.
O que é danoso para a sociedade é o juíz desonesto e parcial, que julga por dinheiro ou favores da clientela abonada, este deve ser expulso.
Os relatos da AMB quebram um tabu e são importantes para a autoestima dos próprios magistrados.
Nesses 30 anos de carreira tenho visto coisas assustadoras, que não são praticadas por depressivos, ansiosos ou por alguém com síndrome do pânico.
As anomalias são cometidas por pessoas com defeitos de caráter e para estes não existem tratamentos, salvo o cárcere.
