O esquema liderado pelo coach, atualmente investigado em Santa Catarina, envolve a aplicação de medicamentos falsificados e fórmulas adulteradas. De acordo com o delegado Neto Gattaz, tanto profissionais da área da saúde quanto contrabandistas fazem parte dessa complexa rede criminosa.
Até o momento, 13 indivíduos, incluindo parentes, amigos e seguidores do coach, foram detidos preventivamente, sendo que a investigação conta com um total de mais de 40 suspeitos.
O coach, que já tinha sido condenado anteriormente por exercer o papel de nutricionista sem formação, aprimorou um esquema criminoso ao fazer parcerias com profissionais da área da saúde para prescrever ilegalmente substâncias como anabolizantes, emagrecedores e fitoterápicos, sendo utilizadas até mesmo em sua própria clínica.
O caso é considerado complexo por envolver criminosos de várias funções, inclusive de fora do estado e do país. A polícia está trabalhando para identificar e prender os fornecedores desses medicamentos ilegais, que eram provenientes de outras regiões, com uma pequena parte sendo contrabandeada do Paraguai. O suspeito está preso desde agosto e suas clínicas estão temporariamente fechadas.
Foram apreendidas mais de 50 substâncias distintas nas clínicas do coach, bem como em outras unidades de saúde sob investigação. O investigador ressalta que ele desenvolveu um sistema que denominou “protocolos”, no qual mesclava diferentes substâncias e estabelecia os preços de acordo com seus próprios interesses.
O valor das consultas não era fixo, sendo determinado com base no perfil e nas condições financeiras de cada paciente.
Desde que a Justiça começou a investigar o coach em 2017, inúmeros pacientes relataram diversos problemas de saúde, tais como taquicardia, disfunção erétil e manchas pelo corpo. Uma das vítimas chegou a ficar internada na UTI por oito dias após ingerir apenas duas cápsulas do tratamento prescrito pelo empresário.
A composição do medicamento não pôde ser identificada, nem mesmo pelos médicos, e os comprimidos foram enviados para análise.
Além disso, há suspeitas de que alguns medicamentos eram vendidos fora do prazo de validade, não eram armazenados adequadamente e eram reutilizados em outros pacientes após serem abertos.
Outras três clínicas estéticas em Joinville também foram temporariamente fechadas. Segundo o delegado, essas clínicas eram de propriedade de profissionais que trabalharam anteriormente para o suspeito e prosseguiram com suas atividades de forma autônoma, usando os mesmos métodos.
*Com Agências