Clécio Falcão deixa Casal após mais de 7 anos e destaca recuperação da empresa

Clécio Falcão despediu-se da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) nesta segunda-feira (30), após 7 anos e 4 meses como presidente da empresa. Na ocasião, além de receber o carinho dos funcionários da estatal e agradecer pelo apoio que sempre recebeu do corpo funcional da Companhia e do ex-governador Renan Filho, ele salientou as conquistas durante esse período.

“A Casal saiu de um período de deficits e ingressou em um ciclo de superavits. Foram seis superavits seguidos até 2021, sendo o maior deles em 2020, de mais de R$ 243 milhões, algo nunca antes ocorrido na história da empresa”, pontuou Falcão, ao acrescentar que, em dezembro deste ano, a Casal completará 60 anos de fundação.

Ainda segundo ele, em sua gestão, iniciada em janeiro de 2015 e finalizada nesta segunda-feira (30), o passivo da Companhia passou de mais de R$ 900 milhões para R$ 565 milhões atualmente, com a perspectiva de grande redução até o final do ano. Isso foi possível graças ao reequilíbrio financeiro e a entrada da Casal em um ciclo de crescimento.

“Fizemos um trabalho sério de ajustes, redução de despesas, reavaliação de contratos e, ao mesmo tempo, assumimos compromissos que estavam pendentes, dívidas que antes deixavam a empresa em situação de inadimplência e que agora são honradas corretamente”, avaliou Clécio Falcão.

Outra medida adotada por sua gestão foi mais rigor nas licitações, as quais, de 2016 a 2021, geraram para a Companhia uma economia de mais de R$ 211 milhões.

Graças à recuperação econômico-financeira da empresa, em 2017 foi firmado um termo de cooperação entre Casal e Governo do Estado, com o objetivo de investir R$ 100 milhões em novas obras e na recuperação de sistemas já existentes. Por esse termo, a cada um real investido pela Companhia, o Governo do Estado investiria mais um, sendo ao todo R$ 50 milhões de cada ente.

“Foi o primeiro convênio desse tipo entre Casal e Estado, tendo em vista que a Companhia havia readquirido sua capacidade de fazer investimentos com recursos próprios”, salientou o ex-presidente Clécio Falcão.

Foi também na gestão dele à frente da Companhia que se iniciaram duas grandes obras de esgotamento sanitário, com investimentos de aproximadamente R$ 500 milhões, e que estão duplicando o percentual de cobertura desse serviço em Maceió, devendo atingir 70% da população ainda este ano.

Uma das obras ocorre na região do Tabuleiro dos Martin e Benedito Bentes, em uma Parceria Público-Privada (PPP) entre Casal e Sanama, e a outra é executada no Farol e bairros circunvizinhos, por meio de um Contrato de Locação de Ativos entre a Companhia e a empresa Sanema.

Ao todo, as duas obras devem beneficiar cerca de 360 mil pessoas com coleta e tratamento de esgoto. “Esse investimento é maior do que todo o restante que já foi feito nesse segmento em Maceió desde que a cidade surgiu”, salientou Clécio Falcão.

*Concessões*

Outro marco da gestão de Clécio Falcão à frente da Casal foram as concessões dos serviços para a iniciativa privada, após a realização de um estudo e a apresentação de um novo modelo de negócio pelo BNDES, que foi aprovado pelo Governo do Estado.

Alagoas foi o primeiro Estado a oferecer à iniciativa privada a concessão para explorar serviços de água e esgoto após a aprovação, em 2020, do Novo Marco Legal do Saneamento. Em setembro daquele ano, o primeiro leilão incluiu a capital Maceió e outros 12 municípios da Região Metropolitana. A vencedora foi a BRK Ambiental, que ofereceu um lance de R$ 2,009 bilhões pela outorga. A empresa entrou em operação em julho de 2021, após seis meses de operação assistida com a Casal.

O contrato tem duração total de 35 anos e, nesse período, além de fazer a distribuição de água e a coleta e o tratamento de esgoto aos moradores, a BRK deverá investir R$ 2,6 bilhões em infraestrutura para universalizar o serviço.

Em 10 das 13 cidades que integram a Região Metropolitana de Maceió, a Casal permanece atuante e responsável pela captação e tratamento da água, a qual, depois de tratada e adequada ao consumo, é repassada para a BRK distribuir.

Em dezembro de 2021, os consórcios Alagoas e Mundaú venceram o leilão para prestação de serviços de saneamento básico de Alagoas, ao oferecerem outorgas de R$ 1,215 bilhão e R$ 430 milhões, respectivamente, para operar os chamados Blocos B e C. O processo fez parte do projeto do Governo de Alagoas para promover a universalização do acesso à água potável, que atingirá 99% da população, e a esgotamento sanitário a 90% da população até 2033.

O consórcio Alagoas foi formado pela empresa espanhola Allonda e a brasileira Conasa, enquanto o Mundaú integrou outra espanhola, a Cymi, e a brasileira Aviva Ambiental. Em suas cidades, os vencedores deverão investir R$ 2,9 bilhões – dos quais R$ 1,6 bilhão nos próximos cinco anos.

Clécio Falcão foi substituído no cargo de presidente da Casal pelo engenheiro Luiz Neto, funcionário de carreira da Companhia há 11 anos que tomou posse na manhã desta terça-feira (31), na sede da empresa, em Maceió.

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