Ceará supera Alagoas em exportações

O resultado da balança comercial cearense, no primeiro semestre deste ano, registrou um déficit de US$ 655 milhões. Em relação a igual período em 2011, as exportações sofreram uma leve retração de 2,9%, enquanto que as importações cresceram 15,6%. As informações fazem parte do estudo Ceará em Comex, realizado pelo CentroInternacional de Negócios (CIN), da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), divulgado ontem.

A partir do estudo, observa-se que essa tendência decrescente no saldo comercial acontece desde 2008, considerando o período de janeiro a julho. Em semelhante espaço de tempo, o segundo maior saldo deficitário da balança comercial do Ceará, depois de 2012, aconteceu em 2011, com US$ 451,2 milhões. Já a balança comercial brasileira permanece superavitária em U$$ 9,95 bilhões.

Em relação a junho, o Ceará apresentou quedas, tanto nas importações (8,9%), quanto nas exportações (9,8%). Nesse mesmo período, o Brasil exportou U$$ 1,6 bilhão a mais, passando de US$ 19,3 bilhões em junho, para US$ 21 bilhões em julho.

Positivo
De acordo com o superintendente do CIN, Eduardo Bezerra, o saldo deficitário da balança comercial cearense é um dos pontos positivos da economia do Estado. Isso porque é representada pelo ingresso de 35 mil estacas de aço e concreto, que estão sendo usadas na construção da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) e pelo aço laminado que a chamada indústria branca do Ceará utiliza para fabricar fogões, geladeiras, micro-ondas, máquinas de lavar, dentre outros objetos. “O Estado importa e, depois, isso reflete como exportação”, explica Eduardo Bezerra.

Além disso, há também a entrada de outras matérias-primas que a indústria cearense precisa para completar o processo produtivo. “O Ceará representa apenas 0,5% das importações e exportações brasileiras, os números que são significativos não refletem prejudicialmente”, disse.

Com relação à retração de 2,9% das exportações de julho, em relação a igual período de 2011, o superintendente do CIN explica que o desempenho das exportações, no segundo trimestre deste ano, já reflete a redução das encomendas de produtos cearenses pelos importadores. “Não é que a indústria esteja mal, quem está mal é o comprador”, disse.

Conforme Bezerra é preciso registrar que a crise econômica de 2008, que se dizia que estaria superada em três anos, já está entrando no seu quinto ano e não há sinal de se encerrar. “Já estamos no sétimo mês e as situações que se têm observado em dois terços do ano, não nos permitem prever qual será o saldo em dezembro. Todavia, se, já no sétimo mês, atingimos US$ 700 milhões exportados, provavelmente encerraremos o ano de 2012 com US$ 1,2 bilhão, que é a mesmo nível exportado em 2010”.

Desempenho

Nas exportações brasileiras, o Ceará, que é responsável por 0,5% das exportações do País em 2012, ultrapassa o estado de Alagoas e ganha uma posição na classificação nacional (passando a 15º lugar), e regional (4º lugar). Os setores de calçados, couros e castanha de caju são os mais representativos e respondem por 59,6% do valor exportado pela indústria cearense.

O setor de couros mantém variação positiva no valor exportado, em relação a 2011, de 19,8%. Os Estados Unidos recebem 26,6% das exportações desse ano pelo Ceará, sendo o principal país de destino. O conjunto dos 15 principais países-destino dos produtos cearenses passa a responder por um valor relativamente menor, comparado ao ano passado.

Entre os países de origem, a China é o principal parceiro comercial do Ceará, com 21% do total importado em 2012 A Coréia do Sul integra a lista dos 15 principais países-origem pela primeira vez no ano. Em ordem de representatividade nas importações cearenses este ano, destacam-se os setores: ferro e aço (20,7%), combustíveis e óleos minerais (17,1%), máquinas e metal mecânico, trigo, geradores e eletroeletrônicos. Os 15 principais setores respondem por 91,8% do valor importado.

As informações são do Estado do Ceará

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