A ministra Anielle Franco é tratada como uma das vítimas de assédio sexual envolvendo Silvio Almeida.
Desde que a organização Me Too Brasil confirmou que outras mulheres denunciaram o ministro dos Direitos Humanos, ele não apenas nega como pediu investigação sobre estes casos.
Um dos argumentos usados por Silvio Almeida: há uma campanha racista direcionada contra ele.
É preciso cuidado com as palavras.
Há nomes importantes, em várias frentes, que fazem uma luta digna contra o racismo. Graças a eles o Brasil conseguiu instituir um programa de cotas que é referência. Estamos falando de uma política de ajuste histórico.
Também graças a estes grupos existe pressão no mercado de trabalho para que os salários sejam equiparados. Racismo virou assunto em filmes, novelas. Livros, teses nas universidades. Os cidadãos se sentem estimulados a denunciar porque existe acolhimento, solidariedade. Não era assim há alguns anos.
Por isso, não dá para o ministro associar as denúncias sobre assédio sexual a uma ampla campanha de racistas.
Ao postar uma foto demonstrando solidariedade a Anielle Franco, a primeira-dama Janja também está sendo racista?
Quem na imprensa escreve sobre as investigações também é racista?
E se o ministro porventura for demitido, vai acusar Lula de racismo?
Lógico que não.