BLOG

Casos de assédio envolvendo ministro não podem ser tratados como racismo

Brasília(DF), 29/01/2024 - O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida participa da comemoração dos 20 anos do Dia Nacional da Visibilidade Trans. Foto:Wilson Dias/Agência Brasil

A ministra Anielle Franco é tratada como uma das vítimas de assédio sexual envolvendo Silvio Almeida.

Desde que a organização Me Too Brasil confirmou que outras mulheres denunciaram o ministro dos Direitos Humanos, ele não apenas nega como pediu investigação sobre estes casos.

Um dos argumentos usados por Silvio Almeida: há uma campanha racista direcionada contra ele.

É preciso cuidado com as palavras.

Há nomes importantes, em várias frentes, que fazem uma luta digna contra o racismo. Graças a eles o Brasil conseguiu instituir um programa de cotas que é referência. Estamos falando de uma política de ajuste histórico.

Também graças a estes grupos existe pressão no mercado de trabalho para que os salários sejam equiparados. Racismo virou assunto em filmes, novelas. Livros, teses nas universidades. Os cidadãos se sentem estimulados a denunciar porque existe acolhimento, solidariedade. Não era assim há alguns anos.

Por isso, não dá para o ministro associar as denúncias sobre assédio sexual a uma ampla campanha de racistas.

Ao postar uma foto demonstrando solidariedade a Anielle Franco, a primeira-dama Janja também está sendo racista?

Quem na imprensa escreve sobre as investigações também é racista?

E se o ministro porventura for demitido, vai acusar Lula de racismo?

Lógico que não.

SOBRE O AUTOR

..