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Caso Braskem também mostra quem é quem no jogo político alagoano

Sim, a política está no dia a dia de todos nós. Somos guiados por ela, definimos ou somos definidos por ela.

Também existe a política partidária. E seus jogos de interesses e poder.

A mina que colapsou na lagoa Mundaú e a nacionalização do caso Braskem voltam a mostrar os dois grupos que disputam as eleições no próximo ano.

O senador Renan Calheiros e o presidente da Câmara Arthur Lira abraçam cada ponta de Alagoas. Porém a joia mais valiosa é Maceió, maior colégio eleitoral.

Quem tem um aliado no comando da Prefeitura e gente com capacidade de articulação em comunidades, bairros, distritos já larga em vantagem, tanto nas eleições municipais do próximo ano quanto em 2026, quando Renan e Lira querem as duas cadeiras no Senado.

O colapso da mina não foi surpresa nem na Prefeitura de Maceió nem no Governo. Talvez o susto, sim. O amigo leitor, sempre atento, já deve ter percebido que nem o Governo nem a Prefeitura falam em suspender ou cassar a licença de funcionamento da Braskem no Pontal da Barra. Também já percebeu: é a Braskem quem detem o controle exclusivo sobre as condições das minas de sal-gema e as informações entregues para a Defesa Civil.

Todos os equipamentos montados na área das minas pertencem a Braskem e tudo foi abandonado às pressas, indicando que a situação havia fugido do controle. Dias atrás, conforme o Repórter Nordeste revelou, o Cepram autorizou demolições na área da mina que colapsou.

A Braskem sempre usa intermediários para tornar as informações públicas. O que você e eu sabemos não é o divulgado pela Defesa Civil e sim o repassado pela Braskem.

É o resultado do “privatiza que melhora” ou política do “Estado zero” até na exploração das riquezas minerais. O que tornou Alagoas refém de uma fábrica com características predatórias. É o método tipicamente colonial: o explorador chega, suga o que pode surgar (com a conivência da política partidária), depois vai embora, com olhar a egípcia e jeito de Pilatos.

Leitor atento deste blog perguntou: Por que nunca divulgaram uma imagem gravada dentro dessas minas? Será que a Braskem e as empresas que fizeram os estudos não colocaram nenhuma câmera dentro das minas? Um robô com câmera?

Pois é: por que?

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