Caso Bárbara Regina: Justiça aceita quebra de sigilo telefônico de dois suspeitos

O juiz da 8ª Vara Criminal da Capital, John Silas, aceitou pedido do Ministério Público e determinou a quebra dos sigilos telefônicos de Vanessa Ingrid e Thiago Handerson Oliveira Santos. Os dois são citados nas novas investigações, da Polícia Civil de Alagoas, do caso Bárbara Regina.

A estudante de Contabilidade saiu de uma boate, no bairro de Ponta Verde, no dia 1 de setembro do ano passado e nunca mais voltou para casa. Câmeras da boate mostram que ela estava ao lado de Otávio Cardoso. Para a PC, ele estuprou e matou a jovem. O corpo nunca foi encontrado.

Pressionada pela desembargadora Elisabeth Carvalho, a PC alagoana apresentou uma testemunha que é primo de Vanessa. Thiago Handerson disse que Bárbara era viciada em cocaína e tinha dívidas com programas sexuais. Ela seria agenciada por Vanessa Ingrid, que está presa por assassinato.

A versão foi contestada pela família e contradiz todo o perfil psicológico traçado pelas testemunhas do caso, da estudante desaparecida.

Nos bastidores do MP de Alagoas, a versão é considerada “fantasiosa”. E pode colocar em xeque a permanência do delegado Carlos Alberto Reis na chefia da Delegacia Geral da Polícia Civil.

O caso está sob responsabilidade do promotor Marcus Mousinho- o mesmo do caso Paulo César Farias e Suzana Marcolino.

“Eles não tinham o direito de fazer uma declaração baseados apenas no depoimento de uma pessoa. E o pior foi a forma com que isso foi exposto para a imprensa. A família da Barbara sequer foi chamada e recebeu a notícia de surpresa. Minha neta era uma pessoa que vivia de casa para o trabalho. Se fosse isso que estão falando nós saberíamos”, reclamou a avó de Bárbara, Tereza de Jesus, sobre as novas informações.

PC não tem certeza de parentesco entre Thiago e Vanessa

Em silêncio desde que apresentou a “versão bomba” do caso Bárbara Regina, a cúpula da Polícia Civil de Alagoas enfrenta uma situação pior: não há mais certeza que Thiago Handerson é primo de Vanessa.

Ofício assinado pelos delegados Antônio Nunes Cabral Júnior, Carlos Alberto Reis e Cícero Lima da Silva- entregue ao MP alagoano e obtido pela reportagem- referenda a decisão de quebra do sigilo telefônico, mas coloca incertezas sobre o grau de parentesco entre Thiago e Vanessa. Coloca a relação entre ambos na condicional, sem juntar documentos ou provas que confirmem se ambos são parentes.

Mês passado, em coletiva, os delegados diziam ter certeza de todas as informações que Thiago passava para a imprensa- detalhando locais e pessoas. Agora, os delegados pedem ao MP e à Justiça que estas certezas venham após a quebra dos sigilos telefônicos.

 

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