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Caso Bárbara Regina: E se a PC substituísse o amadorismo do passado pela tecnologia?

Cinco anos após o desaparecimento de Bárbara Regina, e agora a captura de Otávio Cardoso (incriminado na história, que ele nega), a Polícia Civil de Alagoas tem uma única imagem de Bárbara e Otávio juntos, na saída da boate Le Hotel, na Ponta Verde. Imagem, aliás, do circuito interno da boate.

Por que apenas uma imagem se a orla de Maceió é um dos lugares mais vigiados por câmeras? Câmeras de prédios e câmeras do poder público?

A PC não tem respostas.

Acredita-se que Otávio omitiu e mentiu no depoimento prestado à Polícia Civil.

Mas ele deu 2 pistas. Primeiro, às três da manhã do dia 1 de setembro de 2012, deixou Bárbara próximo ao Banco do Brasil, na Ponta Verde. Segunda: ele usou o celular de Bárbara- na versão dele deixado por ela no piso do seu carro- para fazer ligações. E as fez.

E as torres de celular? Quais delas registraram as ligações de Otávio e para quem ele ligou?

E onde estão as imagens de segurança de uma das áreas (talvez a mais) seguras e vigiadas da capital, endereço de juizes, desembargadores, promotores, delegados da própria PC?

Na PC alagoana não cabe mais o amadorismo do passado.

Previa-se que Otávio Cardoso não confessaria o assassinato.

Sobram, então, os recursos da tecnologia.

Quando a deputada federal Ceci Cunha foi assassinada, em 16 de dezembro de 1998, uma das principais provas do Ministério Público Federal foram as torres de celular. Nelas, mostrava-se a ligação dos acusados neste homicídio e a cena do crime, no bairro da Gruta. Sustentação oral mais recursos técnicos, aliás, do procurador da República, Rodrigo Tenório.

Cinco anos depois do assassinato de Bárbara Regina, ainda não se sabe o conteúdo da quebra do sigilo telefônico da estudante- se houve esta quebra- nem imagens de câmeras espalhadas por Maceió, refazendo o passo a passo deste crime.

Cheiro de impunidade neste crime? É esperar que não.

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