Qual o resultado da quebra do sigilo telefônico do celular de Bárbara Regina, usado por Otávio Cardoso, em 1 de setembro de 2012, dia em que a estudante de Contabilidade foi vista pela última vez, saindo de uma boate na Ponta Verde?
Onde estão as imagens das câmeras espalhadas em Maceió, mostrando o trajeto de Otávio e Bárbara no dia do crime?
Otávio Cardoso é o principal acusado na morte da estudante. Foi indiciado por este crime. Uma câmera de segurança na saída da boate onde os dois estavam mostra a última imagem de Bárbara viva.
Otávio confirma: esteve com Bárbara na boate. Confirma que os dois dançaram juntos dentro da boate. Confirma também ter dado carona para ela após saída da boate.
E depois? Otávio não confirma mais nada.
Em busca de holofotes, a Polícia Civil de Alagoas acreditou que a prisão de Otávio estaria acompanhada de um depoimento longo e detalhado, onde ele confessaria todo o crime.
Prato cheio para as manchetes do dia.
Vinte dias após a prisão, as investigações voltaram à estaca zero: o depoimento de Otávio não diz quase nada.
Ficou o dito pelo não-dito: ele diz que não matou, a PC diz que ele matou.
A polícia diz ter certeza: Otávio matou Bárbara Regina.
Mas, onde está o corpo? E as imagens das câmeras do local mais vigiado de Alagoas- a orla de Maceió- onde estava Bárbara Regina? Quem pagou Otávio para a estudante ser morta? E o sigilo telefônico do celular dela?
Também em busca de holofotes, a Polícia Civil apresentou a versão que Bárbara era garota de programa e uma desesperada usuária de drogas, em busca do lucro fácil, certamente alguém que mereceria ser morta por não estar na categoria de “pessoas do bem”-um conceito secular no imaginário violento de Alagoas.
Esqueceram que este depoimento- sem provas- era de um criminoso confesso. Seria uma tentativa de delação premiada, só que nunca investigada pela própria polícia?
Se sim, a delação virou espetacularização. E nada mais.
Se conseguir contratar um bom advogado, Otávio Cardoso vai a juri popular no 2º semestre do próximo ano e pode ser absolvido.
Porque as conclusões deste crime concluem apenas a união do Nada com a Coisa Nenhuma; que Seis é Meia Dúzia; e que o sargento Garcia não prenderá o Zorro.
P.S: Mais fácil era no tempo do espetáculo completo: a apresentação dos bandidos pés de chinelo como os maiores larápios de bancos em Alagoas…