A decadência do casal Moro- estrela do lavajatismo brasileiro- mostra que a principal operação de combate à corrupção no país cumpriu o seu objetivo político-eleitoral e caminha para a sua própria morte.
Morte, aliás, anunciada por Jair Bolsonaro.
Recentemente, Sérgio Moro voltou aos holofotes não como herói mas por ter sido ele o autor da lei, sancionada por Bolsonaro, que ajudou a libertar o líder do PCC André de Oliveira Macedo, conhecido como André do Rap, conforme decisão ministro do STF, Marco Aurélio.
Sérgio Moro disse ter sido contrário a este artigo na lei
“O artigo que foi invocado para soltura da liderança do PCC não estava no texto original do projeto de lei anticrime e eu, como ministro de Justiça e Segurança Pública, me opus à sua inserção por temer solturas automáticas de presos perigosos por mero decurso de tempo”, disse o ex-ministro.
Com o explícito acordo entre os poderes para a manutenção de Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto, incluindo ignorar os mais de 50 pedidos de impeachment, e sem estar filiado a partido algum, Sérgio Moro é nome cada vez mais cheio de dúvidas para receber apoio dos representantes do poder brasileiro para disputar a presidência da república. Além disso, 2022 está distante.
Morista de primeira hora, Joice Hasselmann é quem mais sofre com o desprestígio do ex juiz da Lava Jato. Ela está com 1% nas pesquisas à prefeitura de São Paulo. Outro morista, Deltan Dallagnol vive em um isolamento que nunca quis. E não é por causa da pandemia.
Agora crítica dos ídolos na política, madame Rosângela Moro foi obrigada a apagar sua conta em uma rede social, alvo dos haters do bolsonarismo, que um dia a exaltavam.
Agora, está oficialmente incluída na lista dos cancelados. Uma ironia a quem era personagem obrigatória dos jantares ladeados pela fina flor das nossas elites.
Madame e o marido agora pensam em deixar o Brasil. Isso se os dois não se separarem.
Difícil ser tratado como peça usada pelos inimigos agora no poder e se ver descartado, com chances remotíssimas de voltar ao estrelato.
O casal Moro já teve o que quis. São descartáveis. Até segunda ordem.
