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Canal do Sertão é para atender mineradora no agreste de AL

Coordenadora nacional do Movimento dos Sem-Terra (MST), Débora Nunes diz que o principal objetivo hoje do Canal do Sertão é atender à Mineração Vale Verde, entre Craíbas e Arapiraca. A empresa beneficia o minério de cobre.

No papel, o principal objetivo do Canal é vencer a miséria no sertão alagoano, construindo geração de renda e, também, favorecer a expansão do agronegócio.

Tudo isso levando água do rio São Francisco, construindo uma área de 10 mil hectares de faixa agricultável.

Não funciona assim na prática.

“O Canal passa um pedacinho num assentamento, pega uma comunidade de pequenos agricultores”, disse Nunes.

“Temos denunciado, temos cobrado. É agricultura sim, mas não é para abastecer o pequeno. Não é para o sertanejo que
produz historicamente para ter acesso à água. A ideia é reproduzir o modelo Juazeiro-Petrolina aqui no estado, inclusive com investimentos internacionais”, analisa a coordenadora nacional do MST.

Para ela, não é problema pensar neste modelo, porém ele é excludente. “Prioriza-se um projeto e exclui-se o povo que vive e resiste no Sertão e é o que pode concretamente ajudar a desenvolver o nosso estado. Um desenvolvimento que inclua o povo, que inclua o pequeno, que garanta as condições para o nosso povo produzir”, explica Débora Nunes.

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