Uma quase briga entre o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Anselmo Brito, e o coronel Neilson Souza Lima, chefe do Gabinete Militar do TC, chegou a Polícia. O conselheiro registrou boletim de ocorrência e comunicou o caso ao secretário de Defesa Social, coronel Dário César.
Contactado pelo Repórter Alagoas, o conselheiro disse que, há mais de uma semana, pediu informações administrativas ao Gabinete Militar- os militares que estavam entrando na reserva remunerada. Mas, o Gabinete não enviou as informações.
Ao encontrar com o coronel na porta do TC, a conversa acabou em um quase confronto. O coronel, que estava armado, foi contido por outro oficial.
“Temo pela minha vida. É inconcebível alguém ser tão descortês com um conselheiro e isso só ter acabado com a interveniência de uma outra autoridade de alta patente. Eu não ando armado, apesar da prerrogativa do cargo. Não quero”, disse Brito.
“Adotei todos os procedimentos. Comuniquei o fato ao delegado plantonista, doutor Leonardo”, disse.
Anselmo Brito é único conselheiro concursado e indicado ao cargo sem vínculo político em mais de 40 anos de existência do tribunal. Ele é natural do Maranhão.
“Eu ainda não consigo aceitar que conselheiro ou desembargador corra risco por coisas menores. Eu como funcionário público acredito no trabalho do Governo Estadual, neste programa Brasil Mais Seguro. Sou um otimista ferraz”, disse.
Brito recebeu a solidariedade de todos os conselheiros, auditores do TC e do secretário de Defesa Social.
O histórico de cobranças do conselheiro é antigo. Nas sessões do tribunal, ele cobra transparência nas ações e salários pagos a funcionários. “Algumas destas informações não foram atendidas. Outras nós conseguimos. O que me deixa preocupado é que se um conselheiro não tem condições de receber informações deste tipo, quem terá?”, pergunta.
“Não vou deixar de cobrar. Esta ação virou o combustível necessário para que eu continue a agir”, explicou.