Brasil expulsa diplomata nicaraguense, após gesto de Ortega

O Brasil decidiu expulsar Fúlvia Patrícia Castro Matu, embaixadora nicaraguense, após o presidente daquele país Daniel Ortega fazer o mesmo como embaixador brasileiro Breno de Souza da Costa.

A posição do Brasil veio após reunião do presidente Lula com o chanceler Mauro Vieira, para que o país adotasse providências em resposta ao gesto do dirigente da Nicarágua.

A decisão de Ortega faz parte de uma estratégia para minar qualquer tentativa do governo Lula de mediar o diálogo entre o regime sandinista e a oposição nicaraguense. Oficialmente, a crise está sendo atribuída a um desentendimento relacionado à prisão do bispo católico Rolando José Álvarez, preso pelo governo nicaraguense. No entanto, fontes internas afirmam que a questão vai além do caso do bispo, envolvendo um esforço mais amplo dos sandinistas para congelar as relações com o Brasil.

O Brasil tem sido visto como um potencial mediador internacional na Nicarágua, o que aparentemente é visto como uma ameaça pelo governo Ortega. Esse temor é amplificado pela postura do governo brasileiro em relação à recente crise na Venezuela, onde Lula oferece resistência para reconhecer a reeleição do presidente Nicolás Maduro. Para Ortega, a presença brasileira até as eleições de 2026 poderia fortalecer a posição do Itamaraty como um garantidor do processo eleitoral nicaraguense, algo que o líder sandinista deseja evitar sem garantias de apoio incondicional.

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